Barcelona, Espanha — As preocupações com a inflação voltam ao topo da lista nos mercados internacionais. Na Europa, os investidores traçam conjecturas de como o aumento dos preços de energia, que alcançaram níveis recordes, podem afetar a economia. As principais bolsas europeias, que abriram em alta, agora operam mistas, enquanto nos Estados Unidos os futuros de ações patinavam entre o positivo e negativo para depois se firmarem no vermelho.
- Na agenda europeia está o índice de preços ao consumidor (IPC) da Zona do Euro em agosto. De um lado, o mercado avalia a os efeitos da crise de abastecimento, que fez disparar os preços da energia no continente e ameaça descarrilar a recuperação econômica da região. Os preços do gás na Europa mais do que triplicaram este ano, enquanto os custos de energia quase dobraram.
- Ao mesmo tempo, os analistas ponderam como os indicadores de vendas respingarão sobre a inflação. As vendas no varejo do Reino Unido caíram pelo quarto mês em agosto, o mais longo período de declínio em pelo menos 25 anos, contrariando as expectativas de alta do mercado.
- O volume de mercadorias vendidas nas lojas e online caiu 0,9%, após uma queda de 2,8% em julho, informou a Agência Nacional de Estatísticas do Reino Unido nesta sexta-feira. As vendas de alimentos caíram drasticamente, refletindo o deslocamento dos gastos dos consumidores para bares, restaurantes e entretenimento com a reabertura dos comércios.
Bolsas voláteis e operadores vigilantes
Às 7h15, horário de Brasília, os mercados acionários na Europa se comportavam desta maneira:
- Stoxx 600 Europe Index estava praticamente estável aos 465 pontos
- Alemão DAX perdia 0,13%, para 15.631 pontos, depois de abrir em alta
- Em Paris, o CAC 40 caía 0,06%, situando-se nos 6.618 pontos
- O londrino FTSE 100 caía 0,04%, aos 7.020 pontos
- IBEX 35 aumentava 0,53%, para 8.780 pontos
Futuros de ações nos EUA
No mercado americano, além repercutir dados macroeconômicos, os investidores se dedicam ao vencimento de contratos de futuros e opções sobre índices, futuros sobre ações e opções de ações. O Quadruple Witching, como é chamado, ocorre uma vez por trimestre, na terceira sexta-feira de março, junho, setembro e dezembro, e testemunha um grande volume de negócios.
O mercado também acompanha a divulgação do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan.
- O S&P 500 futuro caía 0,24% às 12h15 CEST (7:15 no horário de Brasília), para os 4.453 pontos
- Os contratos indexados ao índice Dow Jones perdiam 0,20%, somando 34.556 pontos
- Os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq baixavam 0,20%, para 15.479 pontos
Fechamento de Wall Street
Na sessão de ontem, o S&P caiu 0,16%, para 4.473 pontos. O Nasdaq 100, ao contrário, valorizou-se 0,13% (15.181 pontos). Já o Dow Jones Industrial perdeu 0,18%, alcançando os 34.751 pontos.
A principal notícia de ontem no front macroeconômico foram as vendas de varejo nos país, que aumentaram inesperadamente em agosto. O aumento das compras na maioria das categorias mais do que compensou a fraqueza das concessionárias de automóveis, mostrando resistência na demanda dos consumidores por bens.
- O valor das compras totais no varejo subiu 0,7% no mês passado, depois de uma queda de 1,8% em julho. Excluindo os automóveis, as vendas avançaram 1,8% em agosto, o maior aumento em cinco meses.
Apesar dos dados sugerirem recuperação econômica, os EUA registraram 332 mil pedidos iniciais por seguro-desemprego na última semana, acima dos 312 mil registrados na semana anterior, segundo dados divulgados ontem.
Mercados asiáticos
As bolsas asiáticas voltaram ao azul com os investidores buscando barganhas. O índice Xangai subiu 0,19%, para os 3.613 pontos. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou com 1,03% de alta, situando-se nos 24.920 pontos. O japonês Nikkei 225 avançou 0,58%, aos 30.500 pontos.
O mercado olha de perto o ritmo de recuperação econômica da China, cujas vendas no varejo desaceleraram para 2,5% em relação a um ano atrás, e o aperto regulatório que está gerando perdas bilionárias para os gigantes da internet.
O risco de calote da promotora imobiliária Evergrande continua respingando nos mercados financeiros chineses. Caso se confirme, a empresa, com passivos que superam os US$ 300 bilhões, pode deixar na mão mais de 70.000 investidores.
Ver mais: Magnata chinês do e-commerce perde US$ 27 bi com aperto regulatório
Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:
Petróleo
O petróleo apresentava queda, mas mesmo assim está no caminho para seu quarto ganho semanal, a melhor corrida desde o início de julho, apoiado por sinais de um mercado mais reduzido.
- Em Nova York, os contratos futuros de petróleo declinavam 0,85% às 7h15 no horário de Brasília, para US$ 71,99 o barril.
Moedas
- O euro subia 0,14%, para US$ 1,1782
- O iene ganhava 0,21%, para US$ 109,98
- A libra esterlina caía discretamente, 0,09%, cotada a US$ 1,3779
Ouro
- Ouro à vista subia 0,7%, para US$ 1.765 a onça troy
Cripto
- O bitcoin subia 1,05%, para US$ 47,598
-- Com informações da Bloomberg News