São Paulo — Na tarde desta sexta-feira (17), o Ibovespa operava no vermelho, assim como as bolsas americanas e europeias, ainda na esteira das preocupações globais após os dados da economia chinesa na quarta-feira (15) alertarem para a desaceleração da recuperação.
Enquanto isso, o cenário doméstico também pesa no sentimento, após a decisão do governo de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - e deixar mais explícita a dificuldade em avançar com os planos do novo Bolsa Família.
- Perto das 15h30, o Ibovespa caía 1,94%, para 111.587 pontos, após tocar os 111.156 na mínima do dia. Se fechasse agora, o índice registraria uma perda semanal de 2,34%
- Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e os bancos estavam entre as quedas de maior peso do índice por mais um dia
- As medidas da China para despoluir o setor industrial provocam uma queda vertiginosa do minério de ferro, perto de atingir menos de US$ 100 a tonelada.
- O dólar avançava 0,68%, a R$ 5,29, enquanto a curva de juros seguia a mesma tendência de alta. O DI para janeiro próximo subia 3,5 pontos-base, para 7,070%, e o vencimento para 2027 subia 1 ponto-base, para 10,650%
- Nos EUA, as quedas eram fortes: o Dow Jones recuava 0,50%, o S&P 500, 0,88%, e o Nasdaq, 1,06%
Contexto
As ações americanas atingiram os níveis mais baixos em quatro semanas e os rendimentos dos títulos avançaram enquanto os investidores avaliavam a resiliência da recuperação global em meio a preocupações sobre a cepa delta do coronavírus e os riscos da China.
A queda ocorre antes do vencimento trimestral de opções e futuros nos EUA nesta sexta, que traz volatilidade. Os setores de materiais e tecnologia empurraram o S&P 500 para o vermelho pelo segundo dia, apagando os ganhos do início da semana. O índice caiu abaixo de sua média móvel de 50 dias, um nível técnico importante.
Na Europa, os investidores centraram suas análises em como o aumento dos preços de energia, que alcançaram níveis recordes, podem afetar a recuperação da economia. Os principais índices operaram com muita volatilidade durante o dia e terminaram com queda.
Enquanto isso, o mercado doméstico foca no imbróglio do governo quanto as dificuldades de tramitação de seus projetos e os ruídos nas relações com os parlamentares. Aprovar uma PEC no Orçamento de 2022 é hoje a melhor chance que o governo tem para resolver o problema dos precatórios, mas ela ainda é baixa. Ontem (16), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou a admissibilidade da PEC dos Precatórios. O texto agora deverá ser encaminhado para análise de uma comissão especial.
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