Construtora Gafisa vira alvo de pedido de falência no Rio de Janeiro

DI Construção e Instalações apresentou requerimento na 6ª Vara Empresarial; companhia evita responder a questões da CVM

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São Paulo — A empresa DI Construção e Instalações Ltda. apresentou um requerimento de falência da Gafisa, uma das maiores construtoras e incorporadoras do Brasil, na 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pediu esclarecimentos sobre a notícia, cobrando informações consideradas importantes, como os valores envolvidos e as providências que estão tomadas para sanar a situação.

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Em resposta, a Gafisa disse que “não há quaisquer esclarecimentos a serem prestados por ora, pois sequer foi citada nos autos da ação judicial, e que demais informações e esclarecimentos que se fizeram necessários serão apresentados nos autos oportunamente”. A companhia prometeu manter o mercado informado sobre “qualquer desenvolvimento relevante” do assunto.

A situação financeira descrita pelos resultados financeiros da Gafisa não sugere que a empresa está à beira da falência. No primeiro semestre, a Gafisa reverteu o prejuízo de R$ 49 milhões registrado em igual período de 2020 e apresentou um lucro líquido de R$ 26 milhões, enquanto a receita líquida totalizou R$ 429 milhões entre janeiro e junho, crescimento de 176% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.

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No segundo trimestre, a companhia anunciou lançamentos e pré-lançamentos da ordem de R$ 810 milhões, o maior valor desde o primeiro trimestre de 2019. A Gafita atua em 40 cidades e 19 estados brasileiros.

Em geral, fornecedores pedem a falência de uma empresa com o objetivo de pressioná-la a pagar dívidas em atraso. Os requerimentos costumam servir para expor a situação negativa da empresa.

A reportagem não conseguiu um contato imediato com a DI Construção a fim de obter informações adicionais sobre o requerimento de falência.

Ações

Em agosto, a ação da Gafisa apresentou a sétima pior rentabilidade no Índice Small Cap (SMLL), da B3, segundo levantamento realizado pelo Yubb, buscador de investimentos do país.

GFSA3 acumulou desvalorização de 18,09%, em um ranking liderado por Méliuz (-40,09%), C&A Modas (-24,98%), Sinqia (-21,59%), Enjoei (-21,54%), Hidrovias do Brasil (-19,71%) e Ser Educacional (-18,82%).

Hoje, mesmo com o pedido de falência, a ação da Gafisa chegou a subir até 2,04%, na máxima de R$ 2,99. A mínima do histórico do papel está em R$ 2,69 em pelo menos 12 meses, enquanto a máxima é de R$ 6,13 no intervalo de um ano.

Endividamento

No início de agosto, um relatório do Bradesco BBI sobre a ação da Gafisa comentava a venda de um banco de terrenos de R$ 200 milhões. “Se a oferta do Fundo Imobiliário for aprovada, a injeção de dinheiro deve reduzir o endividamento (dívida/Equity) da Gafisa para 27% (de 40%)”, disse a nota assinada pelos analistas Bruno Mendonça e José Cataldo.

Na época, a empresa destacou, em fato relevante, a criação da Gafisa Capital como uma nova unidade de negócios, tendo Ian Andrade como CEO, concomitante à sua função de CFO e IRO na Gafisa.

“Vemos a intenção de implementar uma estratégia de reciclagem ativa como mais um passo positivo no plano de recuperação em andamento da Gafisa. Se for bem-sucedida, a Gafisa Capital pode ajudar a Gafisa a manter seu balanço patrimonial enxuto e, ao mesmo tempo, acelerar os lançamentos em seu segmento de construção residencial tradicional, que consideramos necessário para atender ao desafio de renovar a geração de valor, após as conquistas positivas dos últimos dois anos. Temos uma recomendação Neutra e preço-alvo de R$ 5,50 para GFSA3, negociando a 0,7 P/VPA e 14,4x P/L 2022”, comentou o relatório do Bradesco BBI.

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