Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Decisões de política monetária por aqui e nos EUA são principais destaques; na cena doméstica, decisão de bandeira tarifária pela Aneel também será acompanhada de perto

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Bloomberg — A semana tem decisões importantes sobre os juros no Brasil e no exterior. Copom deve elevar a Selic em 1pp, após o Banco Central sinalizar esta semana que plano de voo será mantido, enquanto IPCA-15 pode ter nova aceleração. Aneel decidirá sobre bandeira de energia. Nos Estados Unidos, Fomc deve manter juro e mercado monitora fala de Powell. Bolsa e câmbio ainda acompanham desempenho do minério de ferro. PEC dos precatórios, reforma administrativa, fala de Bolsonaro na ONU e relatório da CPI da Covid também estão no radar. Aumento do IOF do crédito entra em vigor. Veja assuntos da próxima semana:

Copom e IPCA-15

Mercado se aproxima da decisão do Copom, na quarta-feira, com expectativa majoritária de que será repetida a alta de 1pp da Selic. A curva de DI chegou a precificar alta acima de 1,25pp após o IPCA superar as estimativas em agosto e diante da tensão política gerada pelo 7 de setembro. As apostas arrefeceram depois que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse esta semana que plano de voo da política monetária não seria alterado a cada dado de alta frequência. No dia 24, será divulgado o IPCA-15 de setembro, com estimativa de aceleração para 1,03%, no comparativo mensal, e 9,94% no anual. Contas externas de agosto também saem na próxima semana. Bandeira da energia de outubro será decidida pela Aneel no dia 24.

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Efeito do IOF

Novas alíquotas do IOF anunciadas pelo governo valerão entre a próxima segunda-feira e 31 de dezembro. O objetivo é arrecadar R$ 2,14 bilhões para o financiamento do programa, rebatizado de Auxílio Brasil, até o final deste ano. Em 2022, a fonte de recursos virá do imposto de renda sobre lucros e dividendos, que está em discussão no Senado, segundo o Ministério da Economia. Analistas do mercado viram a opção como mais aceitável do que um estouro do teto, mas ainda assim negativa por realçar a dificuldade fiscal do governo e pelo efeito do imposto maior sobre a atividade. Por outro lado, o aperto no crédito ajuda a consolidar a aposta em manutenção do ritmo dos juros pelo Copom.

PEC e reforma

A CCJ da Câmara aprovou a admissibilidade da PEC dos precatórios com 32 votos favoráveis e 26 contrários. O governo defende que o texto seja enviado diretamente para o plenário da Casa, sem passar por comissão especial, disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, em entrevista nesta quarta-feira. Já a reforma administrativa terá um terceiro parecer, após novas mudanças. Com isso, a comissão especial adiou a votação da proposta, que estava marcada para esta quinta-feira, diz o site da casa. Presidente Bolsonaro falará na ONU na terça e relatório da CPI da Covid pode sair até sexta-feira.

Powell e minério

Presidente do Fed, Jerome Powell, fala logo após a decisão do Fomc, na quarta-feira. O mercado reagirá a qualquer sinalização sobre o prazo para retirada dos estímulos ou altas dos juros. Nesta semana, a inflação ao consumidor americana veio abaixo do previsto e fortaleceu a visão de que a política seguiria acomodatícia por mais tempo. Nesta quinta, porém, as vendas no varejo vieram fortes, recolocando na mesa a hipótese de um aperto mais iminente. O BOJ e o BOE também têm reuniões de política monetária na próxima semana. Mercado segue monitorando o desempenho do minério de ferro, que teve forte queda nesta semana com as medidas de restrição da China ao setor de aço. Baixa do minério afetou as ações da Vale a ajudou a pressionar o câmbio.

Empresas

Totvs, no dia 21, e Vamos, dia 23, definem o preço por ação em suas ofertas subsequentes, enquanto a Bluefit tenta chegar à bolsa. Precificação do IPO da Althaia também estava prevista, mas foi suspensa, segundo o Brazil Journal. Acionistas do Grupo HB Saúde se reúnem para deliberar sobre propostas de aquisição feitas por SulAmérica e Hapvida.

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