Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Decisões de política monetária por aqui e nos EUA são principais destaques; na cena doméstica, decisão de bandeira tarifária pela Aneel também será acompanhada de perto

Apostas de elevar Selic em 1,25 pp arrefeceram depois que Roberto Campos Neto disse que plano de voo da política monetária não seria alterado a cada dado de alta frequência
Por Josue Leonel
17 de Setembro, 2021 | 06:26 PM

Bloomberg — A semana tem decisões importantes sobre os juros no Brasil e no exterior. Copom deve elevar a Selic em 1pp, após o Banco Central sinalizar esta semana que plano de voo será mantido, enquanto IPCA-15 pode ter nova aceleração. Aneel decidirá sobre bandeira de energia. Nos Estados Unidos, Fomc deve manter juro e mercado monitora fala de Powell. Bolsa e câmbio ainda acompanham desempenho do minério de ferro. PEC dos precatórios, reforma administrativa, fala de Bolsonaro na ONU e relatório da CPI da Covid também estão no radar. Aumento do IOF do crédito entra em vigor. Veja assuntos da próxima semana:

Copom e IPCA-15

Mercado se aproxima da decisão do Copom, na quarta-feira, com expectativa majoritária de que será repetida a alta de 1pp da Selic. A curva de DI chegou a precificar alta acima de 1,25pp após o IPCA superar as estimativas em agosto e diante da tensão política gerada pelo 7 de setembro. As apostas arrefeceram depois que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse esta semana que plano de voo da política monetária não seria alterado a cada dado de alta frequência. No dia 24, será divulgado o IPCA-15 de setembro, com estimativa de aceleração para 1,03%, no comparativo mensal, e 9,94% no anual. Contas externas de agosto também saem na próxima semana. Bandeira da energia de outubro será decidida pela Aneel no dia 24.

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Efeito do IOF

Novas alíquotas do IOF anunciadas pelo governo valerão entre a próxima segunda-feira e 31 de dezembro. O objetivo é arrecadar R$ 2,14 bilhões para o financiamento do programa, rebatizado de Auxílio Brasil, até o final deste ano. Em 2022, a fonte de recursos virá do imposto de renda sobre lucros e dividendos, que está em discussão no Senado, segundo o Ministério da Economia. Analistas do mercado viram a opção como mais aceitável do que um estouro do teto, mas ainda assim negativa por realçar a dificuldade fiscal do governo e pelo efeito do imposto maior sobre a atividade. Por outro lado, o aperto no crédito ajuda a consolidar a aposta em manutenção do ritmo dos juros pelo Copom.

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PEC e reforma

A CCJ da Câmara aprovou a admissibilidade da PEC dos precatórios com 32 votos favoráveis e 26 contrários. O governo defende que o texto seja enviado diretamente para o plenário da Casa, sem passar por comissão especial, disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, em entrevista nesta quarta-feira. Já a reforma administrativa terá um terceiro parecer, após novas mudanças. Com isso, a comissão especial adiou a votação da proposta, que estava marcada para esta quinta-feira, diz o site da casa. Presidente Bolsonaro falará na ONU na terça e relatório da CPI da Covid pode sair até sexta-feira.

Powell e minério

Presidente do Fed, Jerome Powell, fala logo após a decisão do Fomc, na quarta-feira. O mercado reagirá a qualquer sinalização sobre o prazo para retirada dos estímulos ou altas dos juros. Nesta semana, a inflação ao consumidor americana veio abaixo do previsto e fortaleceu a visão de que a política seguiria acomodatícia por mais tempo. Nesta quinta, porém, as vendas no varejo vieram fortes, recolocando na mesa a hipótese de um aperto mais iminente. O BOJ e o BOE também têm reuniões de política monetária na próxima semana. Mercado segue monitorando o desempenho do minério de ferro, que teve forte queda nesta semana com as medidas de restrição da China ao setor de aço. Baixa do minério afetou as ações da Vale a ajudou a pressionar o câmbio.

Empresas

Totvs, no dia 21, e Vamos, dia 23, definem o preço por ação em suas ofertas subsequentes, enquanto a Bluefit tenta chegar à bolsa. Precificação do IPO da Althaia também estava prevista, mas foi suspensa, segundo o Brazil Journal. Acionistas do Grupo HB Saúde se reúnem para deliberar sobre propostas de aquisição feitas por SulAmérica e Hapvida.

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