Cenário global para veículos tem maior corte em crise de chips

Consultoria IHS Markit reduziu a projeção de produção para este ano em 6,2% - ou 5,02 milhões de veículos

Revisões refletem o desafio da indústria automotiva para enfrentar um obstáculo na cadeia de suprimentos após o outro
Por Craig Trudell
17 de Setembro, 2021 | 03:34 PM

Bloomberg — A IHS Markit, cujas projeções são citadas por montadoras, fornecedores e analistas de pesquisa ao redor do mundo, fez o maior corte de estimativas - já em queda durante todo ano - para a produção global de veículos devido à crise de chips.

A consultoria reduziu a projeção de produção para este ano em 6,2% - ou 5,02 milhões de veículos - e cortou a estimativa para 2022 em 9,3%, ou 8,45 milhões de carros e caminhões. A IHS Markit também reduziu a previsão para 2023 em 1,1%, ou 1,05 milhão de unidades.

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“Este é o maior ajuste para o cenário nesses últimos turbulentos nove meses”, segundo comunicado da empresa na quinta-feira.

As revisões refletem o desafio da indústria automotiva para enfrentar um obstáculo na cadeia de suprimentos após o outro. Primeiro, o setor reduziu as encomendas de chips em grandes volumes durante as paralisações provocadas pela pandemia no ano passado, cedendo lugar na fila para segmentos que se beneficiaram do aumento da demanda quando consumidores foram obrigados a ficar em casa. Então, vieram as tempestades de inverno no Texas, um incêndio em uma fábrica no Japão e surtos de Covid-19 no Sudeste Asiático.

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O gargalo mais recente teve origem na Malásia, um polo importante para o empacotamento e teste de semicondutores. O governo tem implementado restrições contínuas que podem impedir a indústria de retornar à capacidade total até o fim de outubro, disse a IHS.

Analistas que regularmente se baseiam nas revisões mensais da IHS foram pegos de surpresa na sexta-feira.

“O corte para 2022 foi a grande surpresa”, disse Dan Levy, do Credit Suisse. “Pelo que podemos dizer, foi o maior corte da IHS para uma previsão anual.”

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Chris McNally, da Evercore ISI, classificou os cortes de “enormes” e disse que o consenso sobre o lucro por ação de fornecedores deve cair de 15% a 20%.

“A completa e absoluta falta de visibilidade atual significa que o grupo provavelmente precisará agora de outubro/novembro para encontrar um piso”, escreveu McNally.

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