Itaú Asset expande área de emergentes para disputar investidor global

Objetivo é identificar oportunidades de investimento em renda variável na Ásia e Leste Europeu, além da América Latina

"As coisas mudam com uma rapidez muito grande nos emergentes. Daí que surgem muitas oportunidades, porque, se fosse um mundo parado, estável, seria mais difícil agregar valor”
16 de Setembro, 2021 | 01:17 PM

São Paulo — A Itaú Asset decidiu ampliar sua estrutura dedicada a mercados emergentes para disputar recursos de investidores institucionais de presença global. O objetivo é identificar oportunidades de investimento em negócios de alto potencial de expansão na Ásia e Leste Europeu, além da América Latina, onde já tem atuação consolidada.

Mais do que ampliar a geografia de atuação, a gestora busca desenvolver expertise na análise de companhias e setores com atuação disruptiva em segmentos como saúde e tecnologia financeira, além de insumos que terão demanda com crescimento explosivo nos próximos anos.

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Para isso, a Itaú Asset trouxe o executivo Luiz Soares, portfólio manager com passagens pela BlackRock e Axiom Investors, para a atuar na equipe da gestora em Nova York, junto com Charles Ferraz, CEO da Asset nos EUA. A equipe de Soares deve ter mais cinco analistas. “Estamos olhando um pouco menos para a área econômica, para política e para os ciclos para capturar um pouco mais da inovação que estamos vendo em todas as áreas no mundo inteiro”, disse Soares à Bloomberg Línea.

Ferraz lembra que o Brasil perdeu bastante espaço nas carteiras de emergentes nos últimos anos. Hoje, o país representa apenas 5% do segmento, enquanto a América Latina fica entre 7% e 8%. Por esse motivo, faz sentido a gestora ampliar seu escopo de cobertura para outros mercados e segmentos de empresas nos países em desenvolvimento, atendendo uma demanda dos investidores institucionais clientes da Itaú Asset.

“A gente sabe navegar bem nesses mercados. A definição formal de mercados emergentes é que são economias que crescem muito, mas tem outra definição que é a de que são economias que, por natureza, são muito voláteis. As cosias mudam com uma rapidez muito grande. Daí que surgem muitas oportunidades, porque, se fosse um mundo parado, estável, seria mais difícil agregar valor”, disse Ferraz.

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Captura da inovação

Soares afirma que buscará investir em:

  1. companhias líderes setoriais, que estão constantemente se renovando e se adaptando para manter suas posições;
  2. disruptores que estão ganhando fatia de mercado em áreas até tradicionais, mas com tecnologia de alto impacto como fintechs e healthtechs;
  3. derivativos e commodities, a partir de empresas bem posicionadas para tirar vantagens de mudanças estruturais de mercado que estão acontecendo.

Neste último caso, estão desde fabricantes de máquinas para chips, navios super cargo e aquelas que se beneficiam do ciclo da prata com a popularização das placas solares. Hoje, 7% da produção mundial de prata vai para fabricação de placas solares, enquanto há dez anos esse percentual era de 1% e daqui dez anos deverá saltar para algo entre 20% e 30%.

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Para Eduardo Câmara, CIO (chief investment officer) da Itaú Asset, a novidade reforça a capacidade da gestora de atender as demandas crescentes dos clientes institucionais por investimentos globais. “Já somos internacionalmente reconhecidos pelas alocações em Brasil e Latam, e agora damos esse passo à frente para ampliar os horizontes e possibilidades em outros mercados emergentes”, disse.

Além da área de equities em mercados emergentes, a Itaú Asset reforçou recentemente o segmento de renda fixa com a chegada de Raphael Kassin, novo gestor chefe de dívida de mercados emergentes em moeda forte e responsável por identificar oportunidades com emissões de títulos públicos e corporativos no mercado internacional. A Itaú Asset é a maior gestora privada de recursos do país, com R$ 757 bilhões de ativos sob gestão -14,6% de market share e 2,9 milhões de clientes.

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Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.