Maior incorporadora da China pode dar calote em credores, alertam bancos

Morgan Stanley e Fitch Ratings apontaram para o risco de contágio da crise na China Evergrande Group

Incorporadora passa por crise de confiança diante de dívida de US$ 120 bilhões
Por Ishika Mookerjee
15 de Setembro, 2021 | 11:32 AM

Bloomberg — Morgan Stanley e Fitch Ratings ecoaram alertas sobre o risco de contágio da crise na incorporadora China Evergrande Group e um cenário cada vez mais negativo para o setor imobiliário chinês.

Analistas do Morgan Stanley como Elly Chen cortaram projeções de lucro para o setor em 6% este ano e em 12% para 2022 após os resultados do segmento no primeiro semestre.

O banco de investimento mostrou preocupação com a possibilidade de um calote da Evergrande afetar fornecedores, outras incorporadoras e mercados financeiros. Analistas também estão preocupados com o risco de uma desaceleração mais ampla do setor e de qualquer expansão das medidas de impostos sobre imóveis, escreveram em relatório na terça-feira.

A Fitch Ratings destacou o potencial de riscos de crédito para vários setores se a Evergrande não pagar as dívidas, acrescentando que bancos menores e incorporadoras vulneráveis podem enfrentar um aumento “significativo” de empréstimos duvidosos.

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Veja mais: Evergrande enxerga risco de inadimplência com crise de liquidez

Em meio ao nervosismo, o índice da Bolsa de Valores de Xangai recuou 2,4% na quarta-feira, também influenciado pelo anúncio de autoridades chinesas de que os principais credores da Evergrande não devem esperar pagamentos de juros de empréstimos bancários que vencem na próxima semana.

A crise de liquidez da Evergrande aumenta a preocupação de investidores sobre o desempenho do amplo setor imobiliário chinês. Segundo dados oficiais, o valor das vendas de imóveis caiu 20% em agosto em relação ao ano anterior.

Analistas do Goldman Sachs reduziram as previsões de crescimento dos lucros anuais de incorporadoras imobiliárias chinesas até 2023 em cinco pontos percentuais. Também cortaram os preços-alvo das ações em 18%, em média, citando a pressão considerável sobre o segmento devido às medidas de desalavancagem da China.

Isso ainda pode “levar a um declínio gradual dos preços dos imóveis e da atividade de construção”, escreveram analistas como Yi Wang em relatório na terça-feira.

Os analistas observaram, porém, que reguladores podem relaxar algumas medidas como proteção contra perdas no setor.

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