Gol terá R$ 1 bi da American Airlines em acordo de voos compartilhados

Expansão de cooperação entre as companhias resultará em mais oportunidades para passageiros nas rotas entre Américas do Sul e do Norte

Acordo de compartilhamento exclusivo entre Gol e Delta Air Lines vai ampliar rotas para as duas companhias aéreas
15 de Setembro, 2021 | 09:14 AM

São Paulo — A Gol e a American Airlines fecharam um acordo de codeshare (compartilhamento de voos) exclusivo pelos próximos três anos. A companhia aérea brasileira vai receber da norte-americana um investimento de US$ 200 milhões (R$ 1,05 bilhão), em ações. Para os passageiros, a expansão de cooperação comercial entre as duas empresas vai aumentar as oportunidades de viagens nas rotas que conectam as Américas do Sul e do Norte.

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Em comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira (15), a Gol informou que a conclusão do acordo e o investimento em equity estão sujeitos a certas condições, incluindo assinatura e entrega da documentação definitiva e outras condições usuais de operações desse porte.

“O acordo de codeshare exclusivo entre duas das principais empresas aéreas das Américas combina malhas altamente complementares e oferece aos clientes uma experiência de viagem superior, proporcionada pelo maior número de voos e destinos nas Américas do Norte e do Sul”, disse o CEO da Gol, Paulo Kakinoff.

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“Acreditamos que isso fortalecerá mais a presença da Gol nos mercados internacionais, acelerará nosso crescimento de longo prazo e maximizará o valor para nossos acionistas. Também ratifica a confiança no crescimento da companhia conforme a economia se reabre e a demanda por viagens aumenta”, acrescentou o executivo.

A malha da Gol atende 63 destinos no Brasil e 140 internacionais por meio de acordos de codeshare. Depois do início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado, as primeiras rotas internacionais da Gol com reabertura prevista para novembro foram confirmadas recentemente: Cancún (México) e Punta Cana (República Dominicana). Montevidéu no Uruguai também tem voos programados para novembro.

Segundo o comunicado da Gol, a American investirá US$ 200 milhões em 22,2 milhões de ações preferenciais recém-emitidas da Gol em um aumento de capital, passando a deter uma participação de 5,2% nos interesses econômicos da companhia a um preço de US$ 9 por ação preferencial, equivalente a R$ 47,03 por PN à taxa de câmbio de ontem.

O presidente da American, Robert Isom, destacou, no comunicado, a complementaridade das operações entre as duas companhias. “Nossa malha de longa distância casa perfeitamente com a forte malha doméstica da Gol no Brasil e, juntos, seremos capazes de oferecer aos clientes que voam para, dentro e a partir do Brasil, acesso à maior malha aérea com as tarifas mais baixas, assim como o melhor e o maior programa de fidelidade conjunto para viajantes frequentes das Américas”.

Concorrência

O acordo entre a Gol e a American Airlines ocorre num momento em que sua concorrente, o grupo chileno Latam, e a norte-americana Delta Air Lines firmaram uma aliança semelhantes. Em fevereiro deste ano, a filial brasileira da Latam recebeu aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para permitir aos clientes adquirir passagens e acessar destinos de suas respectivas malhas aéreas.

Na semana passada, o CEO do Grupo Latam, Roberto Alvo, falou sobre a joint venture com a Delta. Ele disse que essa sociedade ainda precisa de aprovações regulatórias no Chile (algo que ele estima para as próximas semanas) e nos EUA (expectativa de que ocorra em alguns meses). “Penso que vai estar disponível para os clientes na América do Sul e Estados Unidos em algum momento em 2022”, afirmou.

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Os acordos de compartilhamento de voos ajudam o setor aéreo a recuperar suas malhas, capturas sinergias e melhorar sua situação financeira após mais de um ano e meio de restrições operacionais devido ao fechamento de fronteiras e redução de voos, além dos custos com reembolsos e cancelamentos de passagens, que impactaram negativamente seus resultados nos últimos trimestres.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.