Economia chinesa mais fraca reaviva sinal de alerta nos mercados

Volatilidade é a tônica de hoje, com futuros das ações americanas subindo em Nova York e bolsas europeias oscilando

dados macroeconômicos chinês e inflação seguem na lista de fatores para repercutir hoje
15 de Setembro, 2021 | 07:03 AM

Barcelona, Espanha — Dados econômicos da China ativaram as preocupações do mercado sobre uma recuperação global mais lenta. Na Europa, o mercado acionário demonstra dificuldade de pegar no embalo e trabalha bastante volátil, a maioria dos índices no vermelho. Já os futuros de ações nos Estados Unidos apresentavam alta discreta, com os investidores aproveitando os preços mais atrativos para ir às compras.

Na Europa, as ações de viagens e varejo puxavam o índice Stoxx Europe 600 para baixo, refletindo a possibilidade de que as novas variantes do Covid-19 forcem as pessoas a ficarem mais em casa. Ao mesmo tempo, as ações da tecnologia se recuperavam.

Vaivém nas bolsas europeias

O mercado europeu opera volátil. A notícia do dia é que a inflação no Reino Unido subiu mais do que o esperado para o ritmo mais forte em mais de nove anos, levando os investidores a esperar um aumento mais acentuado das taxas de juros em 2022. Os preços ao consumidor saltaram 3,2% em agosto de um ano atrás, o máximo desde março de 2012, o Escritório de Estatísticas Nacionais. O indicador superou os 2% registrados em julho e as expectativas mais altas dos analistas.

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Às 6h55, horário de Brasília, os mercados acionários na Europa se comportavam desta maneira:

  • O Stoxx 600 Europe Index caía 0,22%, para 466 pontos
  • O alemão DAX perdia 0,12%, para 15.704 pontos
  • Em Paris, o CAC 40 cedia 0,31%, situando-se nos 6.632 pontos
  • Em sentido contrário, o FTSE 100 subia ligeiramente para os 7.037 pontos, com 0,05% de queda
  • O IBEX 35 retrocedia 0,74%, para 8.714 pontos

Futuros de ações nos EUA

No mercado americano, os investidores ainda repercutem os dados de inflação ao consumidor no país, além dos dados macroeconômicos chineses, que podem dar um panorama do que está por vir. Ainda que a inflação ao consumidor norte-americano não tenha surpreendido negativamente, continua alta e rodeada de incertezas.

  • O S&P 500 futuro subia 0,24% às 11h55 CEST (6h55 horário de Brasília), para os 4.445 pontos
  • Os contratos indexados ao índice Dow Jones avançavam 0,19%, somando 34.528 pontos
  • Os contratos futuros indexados ao índice Nasdaq subiam 0,30%, para 15.426 pontos

Wall Street ontem

Ontem, o S&P cedeu 0,57%, para 4.443 pontos. O Nasdaq 100 recuou 0,45% (15.037 pontos), enquanto o Dow Jones Industrial baixou 0,84%, para 34.577 pontos.

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A principal notícia do dia foi a inflação nos EUA medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu 5,3% em agosto na base anual, em linha com as expectativas medidas pela Bloomberg. No mês, o avanço foi de 0,3%, um pouco abaixo do 0,4% esperado.

Com base nestes dados, o mercado avalia que os picos inflacionários associados à reabertura da economia estão começando a ceder, o que poderia reduzir a pressão sobre o Federal Reserve para que comece a relaxar sua política monetária. Porém, como as dificuldades nas cadeias de abastecimento ainda persistem, a inflação pode se manter elevada. Além disso, o impacto da variante delta e o impulso econômico da China são duas incógnitas importantes.

Mercados asiáticos

O ponto focal do mercado foram os dados chineses. A economia da China sofreu uma queda em agosto devido, principalmente, aos rígidos controles para evitar a propagação do Covid-19, alimentando preocupações sobre a recuperação econômica global.

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O crescimento das vendas no varejo desacelerou para 2,5% em relação a um ano atrás - muito abaixo da estimativa de 7% de uma pesquisa da Bloomberg com economistas -, já que os consumidores reduziram os gastos durante as férias de verão. O investimento em construção cedeu 3,2% nos oito meses do ano, um reflexo do constante aperto das restrições de propriedade por parte do governo como parte de uma campanha contra o risco financeiro.

Outra notícia acompanhada pelos investidores é sobre a promotora Evergrande. As autoridades chinesas disseram aos principais financiadores do grupo imobiliário que não esperassem pagamentos de juros sobre empréstimos bancários na próxima semana, disseram fontes à Bloomberg. A empresa protagoniza uma das maiores reestruturações de dívida do país asiático, com passivos que superam os US$ 300 bilhões.

A queda na Ásia foi generalizada. O índice Xangai mostrou 0,17% de queda e 3.656 pontos. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou com 1,84% de baixa, situando-se nos 25.033 pontos. O japonês Nikkei 225 caiu 0,52%, aos 30.511 pontos.

Confira o comportamento de outros mercados na manhã de hoje:

Petróleo

Ontem, um relatório da indústria americana mostrou outro declínio nos estoques de petróleo bruto e gasolina, sinalizando um mercado cada vez mais encolhido. A Agência Internacional de Energia divulgou que o abastecimento global caiu 540.000 barris por dia em agosto devido a interrupções inesperadas. Também previu estabilidade para estes mês.

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  • em Nova York, os contratos futuros de petróleo subiam 1,35% às 11h55 CEST (6h55 horário de Brasília), para US$ 71,41 o barril.

Moedas

  • o euro subia 0,19%, para US$ 1,1827
  • o iene perdia 0,34%, para US$ 109,32
  • a libra esterlina valorizava-se 0,16%, cotada a US$ 1,3832

Ouro

  • ouro à vista cedia 0,2%, para US$ 1.801 a onça troy

Cripto

  • o bitcoin subia 0,76%, para US$ 47,184

-- Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.