São Paulo — A varejista Magazine Luiza se manifestou nesta segunda-feira (13) sobre o tombo de suas ações na B3, na última sexta-feira (10), citando ganhos de participação de mercado no comércio eletrônico nos últimos meses e rebatendo análises de que entrou em rota de desaceleração de crescimento.
No último pregão da semana passada, os papéis fecharam com queda de 8,86%, cotadas a R$ 17,18. Foi a maior baixa do Ibovespa. Em resposta a questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre as oscilações atípicas das últimas cotações, a companhia confirmou notícia publicada pela Bloomberg Línea de que relatório da consultoria norte-americana YipitData sobre desaceleração do avanço das vendas do e-commerce em agosto pode ter sido um dos estopins para a correção negativa das ações do setor.
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“A companhia acredita que as oscilações atípicas podem ser atribuídas a notícias veiculadas pela imprensa ou por consultorias especializadas, que não têm relação direta com o Magalu e/ou seus fundamentos de longo prazo”, diz a varejista em comunicado divulgado nesta segunda-feira (13).
A Magalu citou ainda o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, referente ao mês de julho, que apontou queda de 14,8% nas vendas de eletrodomésticos em relação a igual período do ano passado. Foi a segunda redução entre as atividades do comércio varejista, só perdendo para o grupo livros, jornais, revistas e papelaria, que desabaram 23,2% em julho.
O comunicado da Magalu à CVM também citou uma reportagem do jornal Valor Econômico, intitulada “Tempestade Perfeita Atinge Eletroeletrônicos”, que apresentou dados dessa pesquisa do IBGE, além de notícias sobre aumento de capital de uma empresa asiática do setor.
“É importante dizer que tais notícias, de modo geral, têm efeito sobre os papéis de todo o setor”, ressalvou a Magalu, que garantiu desconhecer “qualquer ato ou fato relevante que não tenha sido divulgado pela companhia ao mercado e que justifique tais movimentos do mercado de ações”.
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A companhia cita ainda que continua a apresentar um crescimento acima do mercado, mantendo o padrão dos últimos cinco anos.
“Segundo os dados da consultoria Compre & Confie, a participação de mercado online da companhia aumentou, em média, dois pontos percentuais nos meses de julho e agosto de 2021, comparados com o mesmo período do ano passado. Essa expansão acontece mesmo quando se considera que o Magalu apresenta a maior base de comparação entre todos os seus principais concorrentes - o e-commerce da companhia foi o que mais cresceu no terceiro trimestre de 2020 e o que mais avançou em participação de mercado nos últimos dois anos. Vale ressaltar que o ganho de marketshare observado nos últimos meses tem sido impulsionado pelo marketplace do Magalu, que acabou de atingir a marca histórica de 100.000 sellers ativos”, informou a companhia.
Em agosto, a Magazine Luiza lançou um novo programa de recompra de até 40 milhões de ações, das quais 14,4 milhões já foram recompradas nas últimas semanas.
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