São Paulo — O BTG Pactual (37,5%), o Itaú BBA (27,5%) e o Morgan Stanley (12,5%) foram as três instituições que mais lideraram a coordenação de ofertas públicas iniciais (IPO) na B3 nos sete primeiros meses deste ano. É o que aponta um estudo da consultoria MZ sobre o perfil de 40 operações desse tipo concluídas na B3, de janeiro a julho.
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Em quarto lugar no ranking dos coordenadores líderes, aparecem a XP Investimentos (7,5%), seguida pelo Credit Suisse e Santander, ambos com 5% das ofertas cada, além de Bradesco BBI (2,5%) e Bank of America (2,5%).
O levantamento mostrou ainda que 77,5% das ofertas iniciais foram feitas via Instrução CVM 400, ou seja, são dirigidas aos investidores em geral. Logo, 22,5% dos IPOs foram realizados pela Instrução CVM 476, que estabelece esforços restritos para colocação dos papéis.
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Sobre o estudo, Cássio Rufino, sócio da MZ, destaca a maior diversificação de setores das companhias estreantes na Bolsa neste ano em relação às janelas do ano passado, quando 28 empresas foram listadas na B3, sendo sete do setor imobiliário e seis do varejo.
Neste ano, as empresas de tecnologia foram as que mais realizaram IPO de janeiro a julho, totalizando oito, seguidas por sete empresas do varejo, quatro do agronegócio (agricultura, açúcar e gás), outras quatro de telecomunicações, três do setor de saúde, além de companhias de aluguel de veículos (2), mineração e siderurgia (2), saneamento, água e gás (2) e empresas de serviços financeiros (2). Em relação ao segmento de listagem na B3, 90% das companhias se listaram no Novo Mercado, segundo o levantamento.
O sócio da MZ diz que as condições de mercado estavam mais favoráveis às ofertas iniciais no primeiro semestre deste ano, quando foram realizadas 28 IPOs, movimentando R$ 38,219 bilhões, com CSN Mineração sendo a que se destacou pelo maior volume (R$ 4,965 bilhões), seguida por Caixa Seguridade (R$ 4,352 bilhões) e Banco Modal (R$ 3,193 bilhões). O mês de fevereiro foi o que mais apresentou IPOs, contabilizando 13 no total. Em segundo lugar, ficou julho com 12 ofertas iniciais.
“2007 foi o ano com o maior número de IPOs (64), com volume movimentado de R$ 55,648 bilhões. Os sete primeiros meses deste ano já tiveram 40 IPOs e movimentou R$ 51,583 milhões”, informa Rufino.
Investidores institucionais
Os investidores institucionais (fundos de pensão, seguradoras e gestoras de recursos) são, segundo o levantamento, os que possuem maior representatividade na maioria das operações de IPOs que ocorreram entre janeiro e julho. Esse tipo de investidor teve participação expressiva nas ofertas de companhias como Bemobi (76%), Boa Safra Sementes (70%), OceanPact (76%), Mosaico (72%), Mater Dei (71%), GPS (71%), GetNinjas (79%), Intelbras (77%), Westwing (77%) e PetroRecôncavo (79%).
Os sete primeiros meses do ano registraram a maior participação de pessoas físicas em IPOs, com aproximadamente 200 mil participantes nas 40 operações. Já a companhia com maior número de pessoas físicas em seu IPO foi a CSN Mineração com 66 mil, seguida de Mosaico e Intelbras com 31 mil e 16 mil, respectivamente, segundo a consultoria paulista.
O levantamento da MZ também compilou dados sobre as ofertas subsequentes de ações, os follow-ons. De janeiro a julho, houve 19 operações desse tipo, movimentando R$ 57,598 milhões. Companhias dos setores de energia elétrica, petróleo, gás e derivados, saúde, serviços financeiros e varejo foram as que mais realizaram follow-ons no período. Quanto aos segmentos das empresas que realizaram ofertas subsequentes, a maioria pertence ao Novo Mercado da B3. A exemplo das ofertas iniciais, o BTG Pactual e o Itaú BBA foram as instituições que mais coordenanaram follow-ons.
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