São Paulo — As usinas processadoras de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do Brasil registraram uma queda de 9,8% nas vendas de etanol no mês de agosto. Segundo a União da Agroindústria da Cana-de-Açúcar (Unica), foram negociados no mês passado 2,45 bilhões de litros de etanol (anidro e hidratado), 266,4 milhões a menos do que o registrado no mesmo período de 2020.
Apesar da queda, as vendas do biocombustível acumulam 12,2 bilhões de litros nos primeiros cinco meses da safra 2021/22, que teve início em abril deste ano. O volume é 3% maior que o observado no mesmo intervalo do ano passado.
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Mesmo com o câmbio favorável, as exportações caíram praticamente pela metade. Foram embarcados no mês passado 134,2 milhões de litros de etanol, volume 55,6% menor do que em agosto de 2020. A queda nas vendas externas amenizou o recuo do comércio no mercado interno, onde foram vendidos 2,32 bilhões de litros, com uma queda de 4% ante o mesmo período do ano passado.
“No mês de agosto, a queda no consumo para fins carburantes foi 14,7% reflexo da perda de competitividade do etanol hidratado frente à gasolina e do mercado se adequando às condições atuais de oferta e demanda dos produtos”, afirma Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
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De fato, as vendas totais do etanol hidratado, aquele utilizado diretamente nos tanques dos veículos, somaram 1,5 bilhão de litros no mês passado, volume que corresponde a uma queda de 16,2% em 12 meses. Já o comércio do etanol anidro, aquele misturado à gasolina, cresceu 2,56% para 949,7 milhões de litros.
A queda nas vendas é reflexo de uma produção menor na safra atual, por conta dos problemas registrados no início do ciclo. Entre abril e agosto, foram produzidos pelas usinas do Centro-Sul 18,64 bilhões de litros, 2% a menos do que o registrado no mesmo período do ano passado. Contudo, a produção do etanol anidro até agora chega 7,15 bilhões de litros (+27%), enquanto a oferta do biocombustível hidratado é de 11,5 bilhões de litros (-15%).
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A baixa produtividade e as geadas contribuíram para a aceleração da colheita, que se encontra em estágio bastante avançado em relação ao último ciclo agrícola. Como resultado, devemos observar uma safra mais curta, com uma parcela maior de empresas encerrando o processamento industrial antes do final de outubro
Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica
Pádua lembra, no entanto, que o tamanho da safra permanece em 530 milhões de toneladas de cana, porém, com viés de baixa, resultado de pesquisa realizada junto aos produtores da região Centro-Sul.
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