Ibovespa mantém alívio após carta de Bolsonaro; juros recuam

Dia positivo no exterior, voltado para o apetite por risco, ajuda a impulsionar os mercados domésticos

Apesar de clima de bom humor, preocupações fiscais não saem do radar dos investidores domésticos
10 de Setembro, 2021 | 11:18 AM

São Paulo — A carta do presidente Jair Bolsonaro na véspera segue trazendo ares positivos aos mercados brasileiros no início da sessão desta sexta-feira (10). O Ibovespa mantém a alta iniciada após a divulgação da nota ontem (9) e os juros sustentam maior tendência de queda, com o mercado apostando em um desmonte da postura mais extremista do chefe do Executivo.

O bom humor do exterior também impulsiona os mercados domésticos. As bolsas americanas e parte das europeias avançam, com investidores com maior apetite por risco e aproveitando as barganhas de papéis que sofreram nas últimas sessões.

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  • Perto das 10h50, o principal índice da B3 avançava 0,32%, a 115.729 pontos
    • Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) eram as maiores contribuições positivas, enquanto Suzano (SUZB3) e Itaú (ITUB4) pesavam na ponta oposta
  • O dólar oscila, e subia 0,16% a R$ 5,21, no mesmo horário. As taxas de juros opera em queda em todos os vértices. O DI com vencimento para janeiro próximo caía 7,5 pontos-base, para 7,325%, enquanto o vencimento para janeiro de 2027 caía 30 pontos-base, para 10,420%
  • Nos EUA, o Dow Jones operava próximo da estabilidade, subindo 0,01%, enquanto o S&P 500 avançava 0,20% e o Nasdaq, 0,54%

Contexto

As preocupações fiscais ainda seguem no radar dos investidores domésticos, com as incertezas quanto ao pagamento dos quase R$ 90 bilhões em precatórios e a lentidão na tramitação das reformas - agravada pelos desentendimentos entre os Poderes.

Diante das dificuldades para resolver o problema da conta de despesas judiciais, que pesa sobre o Orçamento de 2022 e inviabiliza o novo programa social do presidente Jair Bolsonaro, a equipe econômica viu crescer as chances de uma proposta que retire essa despesa ou ao menos parte dela do teto de gastos, conforme coluna da Bloomberg. A pressão vem de todos os lados: cúpula do Congresso, ala política e até mesmo de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), entre eles, Gilmar Mendes.

Lá fora, os preços pagos aos produtores americanos subiram mais do que o previsto em agosto, de acordo com divulgação hoje pela manhã, com interrupções persistentes na cadeia de abastecimento elevando os custos de produção.

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Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.