Bloomberg — Os bancos centrais precisam seguir em frente no desenvolvimento de suas próprias moedas virtuais ou correm o risco de serem ultrapassados por um mundo que está se tornando digital, de acordo com o Banco de Compensações Internacionais, ou BIS.
Benoit Coeuré, que já fez parte do conselho do Banco Central Europeu e agora comanda o Centro de Inovação do BIS, disse que o objetivo final de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) deve ser preservar os melhores elementos do sistema atual, permitindo a inovação futura. Novos provedores de serviços de pagamento poderiam excluir bancos comerciais, avalia.
“Devemos arregaçar as mangas e acelerar nosso trabalho”, disse Coeuré em um fórum financeiro em Ljubljana, Eslovênia, na sexta-feira. “As CBDCs levarão anos para serem lançadas, enquanto as ‘stable coins’ e ativos cripto já estão aqui. Isso aumenta a urgência em começar.”
Autoridades de política monetária globais avaliam se devem emitir suas próprias moedas digitais, embora a experiência de El Salvador em oficializar o bitcoin tenha destacado a complexidade da tarefa.
O Banco Popular da China pode ser o primeiro grande banco central a emitir uma versão digital de sua moeda, o yuan, buscando acompanhar - e controlar - uma economia em rápida digitalização.
Mas a Suécia, considerada por muito tempo na vanguarda do movimento, no início deste ano percebeu que uma CBDC pode levar muito mais tempo para ser implementada do que se pensava inicialmente.
Depois de sugerir uma vez que poderia lançar uma moeda digital até 2018, o Riksbank agora diz que o projeto piloto atual não será concluído até o início do próximo ano e estabeleceu um prazo para tentativas até o final de 2026.
“O dinheiro de bancos centrais tem vantagens únicas - segurança, finalidade, liquidez e integridade”, disse Coeuré. “À medida que nossas economias se tornam digitais, devem continuar a se beneficiar dessas vantagens.”
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