Bloomberg — Os preços pagos aos produtores americanos subiram mais do que o previsto em agosto, com interrupções persistentes na cadeia de abastecimento elevando os custos de produção.
O índice de preços ao produtor subiu 0,7% em relação ao mês anterior e 8,3% em relação ao ano anterior, uma nova alta para a série, mostraram dados do Departamento do Trabalho desta sexta-feira (10). Excluindo os componentes voláteis de alimentação e energia, o núcleo do PPI avançou 0,6%, e teve alta de 6,7% em relação a agosto do ano passado.
Uma série de desafios em toda a linha de produção - desde escassez de materiais e gargalos no transporte até despesas crescentes de mão de obra - elevaram os custos para os produtores. Muitas empresas repassaram esses custos adicionais aos consumidores por meio de preços mais altos nos últimos meses, alimentando ainda mais a inflação ao consumidor.
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- O relatório mostrou que os preços dos bens subiram 1% após um ganho de 0,6% no mês anterior, enquanto o custo dos serviços aumentou 0,7%.
- Carnes, gás natural residencial, produtos químicos industriais e veículos automotores estiveram entre as mercadorias que subiram.
- O aumento nos serviços refletiu um ganho de 7,8% nas margens do varejo de saúde, beleza e ótica.
Os dados do PPI vêm antes do relatório de índice de preços ao consumidor da próxima semana, que deve mostrar um avanço de 0,4% no IPC em relação ao mês anterior e um aumento de 5,3% a partir de agosto de 2020.
Os preços do produtor, excluindo alimentos, energia e serviços comerciais - uma medida frequentemente mais usada pelos economistas porque elimina os componentes mais voláteis - subiram 0,3% em relação ao mês anterior e 6,3% em relação ao ano anterior.
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Inflação global
Produtores de todo o mundo estão subindo os preços em meio a custos crescentes de commodities e frete. Um relatório divulgado no início desta semana mostrou que os preços pagos aos produtores na China em agosto tiveram a maior alta mensal dos últimos 13 anos.
Enquanto isso, vários distritos pesquisados pelo Federal Reserve “indicaram que as empresas antecipam aumentos significativos em seus preços de venda nos próximos meses”, de acordo com o Livro Bege do banco central dos EUA, divulgado na quarta-feira (8).
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