Bloomberg — A declaração ousada, mas vaga, da China de liberar as reservas de petróleo de seus enormes estoques estratégicos leva alguns operadores a questionarem o impacto de tal medida adotada pelo maior importador de petróleo do mundo.
O curto comunicado de depois parágrafos na quinta-feira deu poucas pistas se o plano é uma iniciativa nova ou a confirmação de uma medida anterior divulgada em julho, gerando confusão e pânico. Faltaram detalhes sobre os volumes das vendas e a data de liberação dos barris.
A resposta inicial do mercado foi a queda dos preços. No entanto, enquanto a liberação estratégica para refinarias domésticas reduziria a necessidade de petróleo de vendedores estrangeiros e afetaria a demanda, com o esgotamento dos estoques a China precisaria aumentar as compras novamente para reabastecê-los no futuro. Esse reabastecimento pode não estar muito longe, já que os estoques caíram recentemente.
A Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas não respondeu de imediato a um pedido de esclarecimento por fax sobre o comunicado.
A China não fornece dados oficiais sobre seus estoques totais, mas o uso de satélites permite que provedores de dados consigam algumas informações. O estoque total de petróleo do país, incluindo reservas estratégicas, havia encolhido para cerca de 1,02 bilhão de barris até 2 de setembro, o menor nível desde junho de 2020, de acordo com o Sistema Espacial Ursa. A consultoria OilChem estima que os estoques de petróleo bruto em portos comerciais correspondiam a cerca de 59% da capacidade no final de agosto, na mínima de 2021.
A China já havia liberado entre 20 milhões e 30 milhões de barris de suas reservas estratégicas durante o verão no hemisfério norte, de acordo com Amrita Sen, cofundadora da consultoria Energy Aspects. Qualquer venda extra neste ano dificilmente será superior a 15 milhões de barris, acrescentou.
Outros países como EUA têm acessado suas reservas estratégicas de petróleo recentemente para apoiar refinarias que ainda sentem o impacto do furacão Ida. A produção no Golfo do México demorou a ser retomada depois que a tempestade de categoria 4 atingiu a região na semana passada.
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