Bloomberg — Segundo Simon Seojoon Kim, ele começou a investir no Ether, moeda que abastece a rede Ethereum, no mesmo ano em que ela começou, em 2015.
Seus amigos disseram que ele estava louco enquanto investia grande parte de suas economias na nova criptomoeda. No final de março de 2017, ele havia investido cerca de US$ 400 mil.
Então, o Ether começou a valorizar.
Embora os investimentos de Kim sejam difíceis de verificar, uma coisa é indiscutível: o valor do Ether aumentou em comparação com o início de 2017. No ano passado, aumentou mais de 10 vezes. Enquanto isso, Kim se tornou um dos mais famosos defensores do blockchain na Coreia do Sul. Depois de levantar um primeiro fundo de blockchain em dezembro, ele está planejando um segundo neste mês.
“Ele é como Yoda, o Mestre Jedi da criptomoeda”, disse Sean Park, sócio sênior e diretor-administrativo do Boston Consulting Group com sede em Hong Kong, que trabalhou com Kim em um projeto de blockchain.
Kim faz parte de uma classe crescente de novos ricos que ganharam sua fortuna com moedas virtuais. O Bitcoin e o Ether, os dois maiores tokens, continuam a oscilar descontroladamente, mas ambos alcançaram recordes este ano.
“O investimento de maior sucesso é quando você identifica um ativo fundamentalmente forte que não está recebendo muita atenção ou está sendo visto de forma negativa”, disse Kim em uma entrevista em Seul, falando sobre sua primeira aposta em criptomoedas.
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O empresário de 36 anos é um desenvolvedor de software profissional que desenvolveu e vendeu duas empresas. Uma delas era da área de edtech; a outra era um aplicativo de relacionamentos.
Em 2018, ele cofundou a Hashed, uma espécie de empresa de venture capital para projetos de blockchain. A empresa toma participações em outras empresas e as ajuda a se desenvolver, inclusive por meio de parcerias, assessoria financeira e até mesmo ajudando nas relações públicas.
A Hashed arrecadou US$ 120 milhões em dezembro para seu primeiro fundo de blockchain. Seus patrocinadores incluem as gigantes sul-coreanas Naver Corp. e Kakao Corp., segundo relatórios de negócios semestrais das empresas.
Agora, a Hashed planeja levantar pelo menos 200 bilhões de won (US$ 173 milhões) para um segundo fundo neste mês, disse Kim.
Os investimentos da Hashed normalmente variam de US$ 1 milhão a US$ 10 milhões por empresa. Ela participou de uma rodada de financiamento de US$ 7,5 milhões em maio para a fabricante de jogos vietnamita Sky Mavis, ao lado do bilionário Mark Cuban, após uma rodada seed em 2019. Também investiu US$ 2,5 milhões na Loco, plataforma de streaming de games da Índia, segundo Kim.
Contudo, a Hashed atraiu grandes empresas, como a Naver, a terceira maior empresa listada na Coreia do Sul por valor de mercado.
A Hashed tem a maior experiência no setor de blockchain, segundo a Naver, que até agora divulgou investimentos de 14 bilhões de won no primeiro fundo da Hashed.
“Nossos investidores querem maximizar seus lucros”, disse Kim. “Mas eles também querem aprender sobre o mercado através de nós”.
Kim Kyonghwan, reitor da escola de pós-graduação em empreendedorismo da Universidade Sungkyunkwan em Suwon, uma cidade perto de Seul, emitiu uma nota de cautela.
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“Considerando que o setor de blockchain é novo, a imprevisibilidade pode ser um risco de curto prazo”, disse. “Ainda assim, acredito que é um mercado que acabará por se institucionalizar e crescer”.
Kim disse que há uma grande vantagem porque o mercado de tecnologia de blockchain ainda está em sua infância. Mas no trading de criptomoedas, ele incentiva as pessoas sem experiência a serem cautelosas ao tentar criar fortunas rapidamente.
Em uma sala com o nome de Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do Bitcoin, Kim disse que ainda possui a maior parte de suas participações no Ether. Ele disse que também é um grande investidor em um token chamado Luna coin.
No entanto, quando se trata de investimentos convencionais como títulos e commodities, Kim prefere não se envolver. Ele até mora em um apartamento alugado com sua esposa, em vez de comprar seu próprio imóvel, disse.
“Não estou interessado nos ativos tradicionais”, afirmou ele. “Eles parecem muito velhos e obsoletos”.
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