Bloomberg — Primeiro, as montadoras pensaram que o pior da crise de chips ocorreria no primeiro semestre. Depois, no terceiro trimestre. Agora, líderes das fabricantes de veículos alemãs adiam ainda mais as projeções sobre quando a falta de semicondutores deixará de limitar a produção.
“Possivelmente continuaremos com escassez nos próximos meses ou mesmo anos, porque os semicondutores estão em alta demanda”, disse o diretor-presidente da Volkswagen, Herbert Diess, em entrevista na segunda-feira à Bloomberg Television. “A internet das coisas está crescendo, e o aumento da capacidade levará tempo. Provavelmente será um gargalo dos próximos meses e anos.”
Diess e os CEOs da Daimler, Ola Kallenius, e da BMW, Oliver Zipse, expuseram suas preocupações durante o primeiro salão do automóvel desde o início da pandemia, que contou com a presença da maioria das montadoras europeias em Munique. No domingo, Kallenius alertou que a escassez de semicondutores pode não desaparecer totalmente no próximo ano e levar até 2023 para ser resolvida. Zipse disse que a crise pode durar de seis a 12 meses.
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Volks e Mercedes estão entre as montadoras atingidas neste trimestre por fechamentos de fábricas na Malásia, que nos últimos anos se tornou um importante polo de testes e empacotamento de chips. Grandes fornecedores de chips como Infineon Technologies, NXP Semiconductors e STMicroelectronics operam fábricas no país.
Há esperança de que a situação comece a melhorar no quarto trimestre, disse Kallenius, da Daimler, embora alerte para problemas causados por questões de demanda “estrutural” que também influenciarão os setores em 2022. Uma fabricante de chips japonesa fornecedora da Toyota também disse no mês passado que a crise de oferta poderia se estender ao longo do próximo ano.
A indústria automobilística mundial precisará de aproximadamente 10% a mais de capacidade de produção de chips, afirmou Murat Aksel, diretor de compras da Volkswagen, em conversa com repórteres no domingo. Diess disse na segunda-feira que a Volks espera superar os problemas causados pelo surto de Covid-19 na Malásia “no final deste mês, provavelmente no mês que vem, e então se recuperar no último trimestre deste ano”.
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