Como a WeWork está se adaptando ao aumento do interesse no trabalho híbrido

Gigante do coworking lançou passaporte “all access” válido no mundo todo

WeWork apresenta seu passaporte de acesso ilimitado que proporciona aos membros acesso a qualquer um dos 700 escritórios do mundo
Por Marcella McCarthy (Brasil)
05 de Setembro, 2021 | 11:37 AM

Miami — A WeWork, gigante do setor de coworking, anunciou nesta semana que, para atender à demanda global que segue as mudanças dos hábitos de trabalho, a empresa criou um passaporte de acesso ilimitado que permite que as pessoas utilizem qualquer unidade entre as 700 WeWorks disponíveis em todo o mundo.

“As empresas enfrentaram desafios complexos como resultado da pandemia. O passaporte de acesso ilimitado da WeWork visa oferecer soluções práticas que façam sentido financeira e operacionalmente e atender às novas demandas de flexibilidade”, disse Lucas Mendes, gerente geral da empresa no Brasil.

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A WeWork tem escritórios em 150 grandes cidades pelo mundo, das quais oito estão no Brasil e somam ao todo 32 unidades no país. O novo passaporte de acesso ilimitado fará parte do aplicativo móvel da empresa e, no Brasil, custará R$ 477 por mês.

A empresa, que abriu o capital pela segunda vez em março de 2021, teve um passado repleto de drama gerencial e uma tentativa fracassada de IPO em 2019, quando o SoftBank avaliou a empresa em US$ 47 bilhões. Atualmente, a valuation da empresa é de US$ 9 bilhões – menos de 20% do valor de 2019 – e ela procura maneiras de se adaptar aos tempos de mudança.

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A pandemia abalou fortemente a empresa, que conta com o desejo das pessoas de trabalhar juntas em espaços compartilhados. Mas a empresa diz que está se recuperando porque as taxas de vacinação estão aumentando e cada vez mais empresas estão empregando um modelo de trabalho híbrido.

“Como qualquer outro negócio, também sentimos o impacto da pandemia e, claro, algumas empresas deixaram de ser nossas clientes nesse período. Por outro lado, temos empresas que cresceram conosco durante a crise, empresas que decidiram implantar permanentemente um esquema de rodízio com suas equipes, ou até mesmo distribuir seus funcionários em diferentes localidades para evitar deslocamento. No Brasil, com as taxas de vacinação progredindo e as empresas implementando o modelo de trabalho híbrido, vimos uma recuperação consistente desde o início da pandemia. No próximo mês, atingiremos a marca de um ano de vendas líquidas positivas no país”, disse Mendes à Bloomberg Línea.

Lucas Mendes, gerente-geral da WeWork no Brasil

À medida que o “trabalho em qualquer lugar” se torna viável para mais pessoas, mais e mais empresas percebem que não precisam de grandes escritórios corporativos onde todos têm suas próprias mesas ou escritórios. Mas depois de trabalhar de maneira completamente remota por mais de um ano, muitos funcionários estão ansiosos para voltar ao escritório – mesmo que seja apenas por meio período.

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Em uma pesquisa do FlexJobs, publicada no Yahoo Finance, a empresa constatou que 81% dos entrevistados dizem que seriam mais leais ao seu empregador se tivessem opções de trabalho flexíveis.

“Com o passaporte de acesso ilimitado da WeWork, estamos dando o primeiro passo rumo à digitalização de espaços, oferecendo opções flexíveis sem compromissos de longo prazo”, disse Mendes.

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Afinal, nem todas as empresas são como as gigantes do setor de tecnologia Facebook e Twitter e podem sustentar os funcionários remotos por muito tempo.

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Marcella McCarthy

Marcella McCarthy (Brasil)

Jornalista americana/brasileira especializada em tech e startups com mestrado em jornalismo pela Medill School na Northwestern University. Cobriu America Latina, Healthtech e Miami para o TechCrunch e foi fundadora e CEO de um startup Americano na área de EdTech. Baseada em Miami.