São Paulo — O governo de São Paulo se prepara para avançar no processo de privatização da Sabesp. Nas próximas semanas, será contratada a consultoria que fará a modelagem de como o processo será desenrolado, dando sequência ao plano estadual de privatizações.
“Com a contratação nas próximas semanas dessa consultoria, a gente vai poder avançar com uma boa modelagem. Esse tema certamente vai ser trabalhado nos próximos meses para que a gente possa ter um bom modelo. Qual é o melhor modelo? A consultoria vai tratar disso”, disse Rodrigo Maia (sem partido), secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo, em entrevista concedida hoje à Bloomberg Línea, no Palácio dos Bandeirantes.
A consultoria deve apresentar alternativas sobre prós e contras operacionais e financeiros de cada alternativa de desestatização, como ir à leilão ou diluição de capital, por exemplo. Hoje, o governo de São Paulo detém 50,26% das ações da Sabesp. Se considerado o fechamento desta sexta com a SBSP3 negociada a R$ 35,60, a companhia teria um valor de mercado total de R$ 24,4 bilhões.
A privatização da Sabesp já movimentou o mercado e os preços das ações da estatal há algumas semanas. No dia em que foi apresentado pelo governador João Doria, Maia afirmou que organizar a concessão ou a privatização da Sabesp seria algo simbólico e que gostaria de deixar o tema encaminhado até o final de sua gestão à frente da pasta.
“Eu estava do lado de lá, de quem faz as leis, e agora estou do lado de cá, ajudando, claro, o governador, o vice-governador, o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, e quero dar minha contribuição”, disse hoje, ao lembrar que foi durante sua gestão à frente da Câmara dos Deputados, em Brasília, que foi aprovado o marco regulatório do saneamento do Brasil.
Veja mais: Andrade Gutierrez deu calote de US$ 43,2 mi em investidores estrangeiros, diz jornal
Privatizações em andamento
Há poucas semanas à frente da secretaria, Maia lembrou que já existe uma série de projetos em andamento para serem concedidos ou privatizados e que dependem agora de decisões políticas, como o Complexo do Ibirapuera e as travessias de balsas do litoral paulista.
“Já tem um rol de projetos que estão sendo estudados, encaminhados, algumas coisas estão mais avançadas, que precisam de decisão política. Já fiz algumas reuniões com a equipe, já fiz uma reunião com o vice-governador, Rodrigo Garcia, para que politicamente ele avalie quais são os melhores formatos”, disse Maia.
Ele citou como exemplo o projeto de concessão das rotas de travessia do litoral de São Paulo, em que há três propostas técnicas, com diferentes modelos de tarifas. “Eu não vou da noite para o dia achar que eu conheço a realidade de toda a população de São Paulo. Acho que vou conseguir ajudar como um articulador da secretaria toda essa equipe técnica”, disse.
Leia também:
Millennial e LGBTQ, Leite luta para ser opção a Lula e Bolsonaro
Nova linha de relógios da Apple traz tela maior e mais dados