Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Feriados no Brasil e EUA, manifestações de 7 de setembro, além de dados econômicos importantes, são os principais destaques dos próximos dias

O 7 de setembro será ultimato para duas pessoas do Supremo, disse o presidente nesta sexta-feira, sem citar nomes
Por Josue Leonel
03 de Setembro, 2021 | 07:30 PM

Bloomberg — Próxima semana encurtada por feriados no Brasil e Estados Unidos tem agenda com potencial de impacto nos ativos financeiros. Mercado avaliará qual a possível influência das manifestações de 7 de setembro sobre os embates do presidente Jair Bolsonaro com as instituições. Reforma do Imposto de Renda (IR) deve ir ao Senado em meio a críticas. Na economia, IPCA mostrará pulso da inflação e varejo apontará ritmo da atividade após dados mais fracos do PIB e indústria. PPI nos EUA, decisão do BCE e indicadores da China são destaques externos.

Veja assuntos da próxima semana:

7 de setembro

Mercado monitora as manifestações do Dia da Independência, na próxima terça-feira, em meio ao clima de tensão institucional agravado nas últimas semanas pelos embates entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF). O 7 de setembro será ultimato para duas pessoas do Supremo, disse o presidente nesta sexta-feira, sem citar nomes. “Se alguém quiser jogar fora das quatro linhas da Constituição, mostraremos que também podemos jogar”, disse ele.

Veja mais: Estratégia eleitoral de Bolsonaro sacode mercado no Brasil

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A oposição também promete atos no feriado e, segundo a Folha, grupos pró e contra Bolsonaro estarão separados por apenas 3 km em Brasília. De acordo com a Veja, o governo espera 200.000 pessoas em Brasília e outras 500.000 em São Paulo.

Reformas

Projeto que altera as regras do Imposto de Renda deve ser enviado ao Senado após ter sua aprovação finalizada pela Câmara na quinta-feira (2). Segundo os jornais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, resiste ao projeto, que também é criticado por Estados diante do receio de perdas de receita. A proposta da reforma administrativa deve ser votada entre os dias 14 e 16 de setembro na comissão especial da Câmara, segundo o site da Casa.

IPCA e varejo

O IPCA sai na quinta-feira (9) e deve desacelerar para 0,72% em agosto, contra 0,96% em julho, segundo economistas. O índice em 12 meses, porém, deve ter novo avanço para 9,52%, ante 8,99% no mês anterior. Ritmo da inflação, agravado pela alta dos serviços e da energia, ainda será medido pelo IGP-DI, no dia 8, que pode ter desaceleração. Vendas no varejo têm estimativa de alta e fecham a semana na sexta, após frustrações recentes com PIB e produção industrial reduzirem o otimismo com a retomada econômica no pós-pandemia. Agenda ainda traz dados da Anfavea e quadrissemanas do IPC-Fipe e IPC-S.

BCE, PPI e China

O Banco Central Europeu se reúne na próxima quinta-feira e deve manter os juros estáveis, mas mercado avaliará discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, em busca de sinais de possível redução dos estímulos. Após Payroll nesta sexta, agenda americana destacará inflação ao produtor, que pode mostrar desaceleração mensal e aceleração no comparativo anual. Fed divulgará o Livro Bege e vários dirigentes, como Williams e Kaplan, falam ao longo da semana. EUA terão feriado do Dia do Trabalho na segunda-feira. Benefícios concedidos durante a pandemia devem expirar. Agenda na China inclui balança comercial e inflação.

Veja mais: Pesquisa indica desaceleração de compras de títulos do BCE

Nova carteira

A semana reduzida pelo feriado de 7 de setembro e o período de entressafra de balanços esvaziam a agenda corporativa. Nem por isso as movimentações deixam de acontecer. No dia 6 de setembro, a nova carteira do Ibovespa entra em vigor. Dia 8, a JHSF reúne acionistas em AGE para aprovar novo plano de opção de compra de ações da companhia e mudanças no estatuto. Ao menos 4 empresas protocolaram pedidos para IPO na CVM na última semana -- Cencosud, BMRV, Fulwood e Claranet --, mas ainda não definiram calendário.

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