Bloomberg Línea — A produção industrial brasileira recuou 1,3% em julho na comparação mensal, após retração de 0,2% no mês anterior. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Com o resultado, a indústria acumula queda de 1,5% em dois meses, após alta de 1,2% em maio.
- No ano, a indústria acumula alta de 11% e, em doze meses, de 7%.
- O indicador ficou 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020
- O recuo de julho alcançou duas das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 26 ramos pesquisados.
Veja mais: PIB decepciona e economistas revisam estimativas para baixo
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, em nota, o resultado é ainda efeito da pandemia de Covid-19.
“No início do ano, houve fechamento e restrições sanitárias maiores em determinadas localidades, que afetaram o processo de produção. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das restrições, a produção industrial agora sente os efeitos do encarecimento do custo e do desarranjo de toda cadeia produtiva”
André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE
Setores
O setor de bebidas teve uma das maiores contribuições negativas, com queda de 10,2%, interrompendo três meses de taxas positivas consecutivas, quando acumulou alta de 11,7%.
- Produtos alimentícios recuou 1,8%, a segunda seguida, acumulando perda de 3,8%.
- Setores de veículos automotores, reboques e carrocerias recuaram 2,8%, assim como de máquinas e equipamentos (-4,0%), de outros equipamentos de transporte (-15,6%) e de indústrias extrativas (-1,2%)
- Os setores de bens de capital (0,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) tiveram resultados positivos, com o primeiro marcando a quarta expansão seguida (total de 5,9% no período) e o segundo devolvendo pequena parte do recuo de 1,7% em junho.
Leia também
Orçamento para 2022 não consegue dissipar incerteza fiscal
Chile surpreende com o maior choque de juros em duas décadas