Justiça dos EUA elabora processo contra o Google por monopólio

Ação judicial da vez tem como objeto o negócio de publicidade digital da empresa; área de busca online já havia sido alvo de processo no passado, também por monopólio

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Bloomberg — As autoridades antitruste dos Estados Unidos estão elaborando um segundo processo contra o Google, da Alphabet, devido ao negócio de publicidade digital da empresa, segundo uma pessoa familiarizada com o caso, reforçando as alegações do governo de que a companhia tira proveito de sua dominância no mercado.

O Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) acelerou a investigação sobre as práticas de publicidade digital do Google e pode abrir um processo no final do ano, disse a pessoa, que não quis ser identificada porque a investigação está em andamento. Nenhuma decisão definitiva foi tomada e o cronograma pode ser prorrogado.

O escrutínio do departamento sobre o controle do mercado de adtech pelo Google remonta ao governo Trump. O DOJ, sob a gestão do então procurador-geral William Barr, processou o Google por seu negócio de busca, alegando que a empresa usou acordos de distribuição exclusiva com operadoras e fabricantes de telefones para impedir a concorrência.

O caso foi acompanhado de uma queixa separada de defesa da concorrência apresentada por um grupo de procuradores-gerais dos estados liderado pelo estado do Texas, que acusou o Google de monopolizar ilegalmente o mercado de publicidade digital. Os representantes disseram que o Google celebrou um acordo ilegal com o Facebook para manipular os leilões online em que anunciantes e editores de sites compram e vendem espaço publicitário.

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O acordo com o Facebook também faz parte da investigação do DOJ, disse a pessoa. O Departamento de Justiça não quis comentar o caso.

O Google contesta que domina o mercado de adtech, argumentando que o espaço está cheio de grandes empresas, como a Amazon.com, a Comcast e o Facebook, competindo por negócios. A empresa também nega a alegação dos governos de que está manipulando leilões para beneficiar o Facebook.

“Nossas tecnologias de publicidade ajudam sites e aplicativos a financiar seu conteúdo, permitem que pequenas empresas cresçam e protegem os usuários de práticas de privacidade exploradoras e experiências de anúncios ruins”, disse a empresa em comunicado. “A concorrência para as ferramentas de publicidade é enorme, o que tornou os anúncios online mais relevantes, reduziu as taxas e ampliou a gama de opções para editores e anunciantes”.

A Bloomberg relatou em junho que funcionários da divisão antitruste do Departamento de Justiça aumentaram o escrutínio para as práticas de publicidade do Google e entrevistaram vários concorrentes do Google sobre a conduta da empresa.

Uma nova ação judicial do Departamento de Justiça contra o Google ressaltaria a pressão do presidente Joe Biden para intensificar a aplicação das leis antitruste em um esforço para aumentar a concorrência em toda a economia. Biden indicou o crítico do Google Jonathan Kanter para administrar a divisão antitruste do departamento. Kanter representa há muito tempo empresas que pressionaram as autoridades antitruste a tomarem medidas contra o Google, incluindo a News Corp. e a Yelp Inc.

O Google, com sede em Mountain View, Califórnia, detém grande parte do mercado de publicidade online. A empresa também opera um serviço de compra de anúncios para profissionais de marketing e um serviço de venda de anúncios para editores, bem como uma plataforma na qual ambos os lados realizam transações em leilões-relâmpago.

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Essas plataformas operam como um trading online de ações com um processo automatizado de lances. Concorrentes e editores reclamaram que o Google alavanca partes dessa ampla rede, como sua exchange de anúncios, para beneficiar outras áreas e prejudicar rivais.

No geral, esses produtos de adtech geraram US$ 23 bilhões em receita bruta para a gigante da internet no ano passado. O Google argumentou que paga muitas dessas vendas de adtech para editores da web.

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