Bloomberg — O Ministério da Defesa do Japão busca orçamento anual recorde de US$ 50 bilhões, o maior salto percentual nos gastos em oito anos, de olho em reforços em meio a tensões latentes com a China.
Se aprovado na íntegra, o pedido de orçamento de 5,5 trilhões de ienes para o ano, iniciando em abril, equivaleria a um aumento de 2,6% em relação ao último ano, o que seria o maior aumento anual desde 2014, afirmou o ministério na terça-feira.
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O total pode exceder o tradicional limite de 1% do PIB da nação pacifista, considerando gastos anuais adicionais de cerca de 200 bilhões de ienes no realinhamento das Forças dos EUA no Japão.
O governo da China criticou o pedido de orçamento recorde. O Japão “busca desculpas para justificar a decisão de aumentar seus gastos militares”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em reunião regular em Pequim. “A China espera que o Japão aja de forma a manter a paz regional, e não o contrário”, acrescentou.
Gastos de defesa do Japão somaram cerca de um quinto dos gastos da China em 2019, segundo o Stockholm International Peace Research Institute.
Em junho, o ministro da Defesa Nobuo Kishi afirmou em entrevista à Bloomberg que o governo gastaria o que fosse necessário, sem necessariamente seguir o teto de 1%. Os comentários vieram após promessa do primeiro-ministro Yoshihide Suga de reforçar as capacidades de defesa de seu país, em declaração conjunta com o presidente dos EUA, Joe Biden, em abril.
Alguns dos itens da lista de compras do ministério:
- 84 bilhões de ienes (US$ 765 milhões) em gastos relacionados ao setor espacial, a maior parte destinada à melhoria da capacidade de rastreamento de objetos no espaço
- 34,5 bilhões de ienes em reforços à capacidade de guerra cibernética do país
- Oito caças F-35A da Lockheed Martin no valor de 78 bilhões de ienes e outros quatro do modelo F-35B a 52 bilhões de ienes
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