Bloomberg — A Ethiopian Airlines planeja retomar voos com o 737 Max da Boeing até o início do próximo ano, depois de fechar um acordo extrajudicial com a fabricante de aviões dos EUA sobre o acidente ocorrido em março de 2019.
O diretor-presidente da Ethiopian Airlines, Tewolde GebreMariam, agora está convencido “além de qualquer dúvida” de que o modelo é seguro após várias modificações. O executivo havia dito anteriormente que a maior companhia aérea da África seria a última a retomar os voos com o Max depois da liberação por reguladores. Muitas outras companhias aéreas já voltaram a operar o modelo.
“Posso confirmar que estamos comprometidos com o Boeing 737 Max”, disse o CEO em entrevista na quinta-feira. “Minha estimativa é que, até o final do ano ou início do próximo ano, janeiro, estaremos operando o avião.”
O acordo da Ethiopian com a Boeing relativo ao acidente que matou 157 pessoas é confidencial, mas a aérea considera o assunto encerrado.
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“Resolvemos nosso caso com a Boeing, é por isso que agora estamos iniciando o processo para retomar os voos com o avião”, disse Tewolde. “Isso aconteceu nos últimos três meses. Estamos contentes com o acordo.”
Reparação
O acidente com o voo 302 da Ethiopian Airlines ocorreu logo após a decolagem em Adis Abeba, cinco meses após um incidente semelhante na Indonésia, o que levou ao aterramento do Max no mundo todo. A Boeing chegou a um acordo de US$ 2,5 bilhões no início do ano para arquivar uma acusação criminal de que teria fraudado o governo dos Estados Unidos ao ocultar informações sobre o jato. Isso incluiu quase US$ 1,8 bilhão para reembolsar clientes que compraram o Max.
O arranjo da Ethiopian com a Boeing é independente do acordo com o governo dos EUA, disse Tewolde.
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O relacionamento da companhia aérea com a Boeing mostrou mais sinais de cura nesta semana, quando a operadora anunciou uma parceria com a fabricante de aviões para expandir seu hub de aviação. O projeto busca aumentar a capacidade de manufatura aeroespacial na capital do país e virá junto com a construção planejada de um aeroporto orçado em US$ 5 bilhões ao sul da cidade, disse Tewolde.
“Vamos fabricar peças, componentes de aviões e fornecê-los para a Boeing, Airbus e outros fabricantes”, disse.
A companhia aérea não vê problemas significativos devido ao conflito entre as forças do governo da Etiópia e rebeldes na região norte de Tigray, que matou milhares de pessoas e deixou milhões de desabrigados. O mercado externo responde por 85% a 90% das operações da Ethiopian, disse o CEO anteriormente à Bloomberg TV, e as conexões através do hub de Adis Abeba praticamente não foram afetadas.
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