São Paulo — As expectativas do mercado externo quanto à divulgação dos dados de emprego norte-americanos amanhã (3) dão o tom da alta nas bolsas lá fora, principalmente após o registro de pedidos semanais de seguro-desemprego no país vir abaixo das estimativas. No entanto, o mercado local deixa o otimismo internacional em segundo plano e opera levado pelo ceticismo quanto às reformas do governo.
Na véspera (1), a Câmara aprovou o texto-base da reforma do Imposto de Renda, mas houve uma derrota para o governo no Senado, que derrubou uma minirreforma que criava novos programas trabalhista - o que direciona o mau humor visto nos mercados hoje. Agora à tarde, os deputados estão discutindo os destaques da reforma do IR.
- O Ibovespa cai 2% perto das 15h28, aos 117.024 pontos, após tocar os 116.978 pontos na mínima
- Papéis de bancos têm forte peso baixista no índice, com Itaú (ITUB4) caindo 3,85% e Bradesco (BBDC4) 3,16%
- O dólar também recua, com queda de 0,26%, a R$ 5,195. Na contramão, a curva de juros apresenta alta em todos os vértices: o DI para janeiro próximo sobe 3 pontos-base, para 6,835%, enquanto o para janeiro de 2027 avança 17 pontos-base, para 10,140%
- Nos EUA, o Dow Jones subia 0,16%, o S&P 500 0,09% e o Nasdaq rondava a estabilidade, após fechar em novo recorde na véspera
Contexto
Soma-se ao contexto de tensão política (que engloba a fraqueza das negociações do governo e a proximidade das manifestações do 7 de setembro) os dados mais fracos da economia brasileira. Mais cedo, o IBGE divulgou que a produção industrial do país teve um recuo de 1,3% em julho na comparação mensal, após retração de 0,2% no mês anterior.
Enquanto isso, lá fora, os pedidos iniciais de seguro-desemprego em programas federais americanos tiveram uma queda de 14.000, para 340.000, na semana encerrada em 28 de agosto, segundo dados do Departamento de Trabalho. A estimativa média em uma pesquisa da Bloomberg com economistas pedia uma ligeira redução para 345.000 novos pedidos.
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