Fabricante do biscoito Oreo planeja emissão de dívida verde

A emissão seria a maior do setor até o momento e viria com a promessa da Mondelez de usar cacau de origem sustentável em todos os seus produtos de chocolate até 2025

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Bloomberg — Uma atípica emissão de títulos verdes no setor alimentício terá um novo sabor: cacau sustentável.

A Mondelez International, fabricante do biscoito Oreo e do chocolate Toblerone, planeja estrear no mercado de dívida verde denominada em euros com vencimento em oito, 11 e 20 anos.

A emissão seria a maior do setor até o momento e viria com a promessa da Mondelez de usar cacau de origem sustentável em todos os seus produtos de chocolate até 2025. Neste ano, a indústria de alimentos responde por apenas 7% das emissões de títulos denominados em euro ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, segundo dados compilados pela Bloomberg.

“A empresa realmente oferece diversificação aos investidores de títulos verdes”, disse Shanwaz Bhimji, estrategista sênior de renda fixa do ABN Amro Bank. O momento “parece perfeito”, disse, citando a emissão do título verde da EnBW Energie Baden-Wuerttemberg na semana passada, o que reduziu os custos de financiamento da concessionária de energia alemã.

Porta-vozes da Mondelez não quiseram comentar.

As emissões de títulos ESG estão em expansão, respondendo por quase 25% de todas as ofertas no mercado primário sindicado da Europa em 2021, e não mostram sinais de desaceleração. As vendas de títulos em euros verdes, sociais, sustentáveis e vinculados à sustentabilidade de empresas não financeiras somam 54,5 bilhões de euros (US$ 64,3 bilhões) este ano, já um recorde anual.

Emissão atípica

Empresas - principalmente no setor de alimentos - raramente têm metas elegíveis o suficiente para usar o dinheiro captado nas emissões de títulos verdes, e a amplitude das operações da Mondelez poderia garantir o sucesso da oferta.

Mas Daniel Ender, analista de crédito da Actiam, que administra 21,5 bilhões de euros, diz que o plano da empresa de elevar a originação sustentável de cacau de 68% para 100% até 2025 “não é tarefa fácil”.

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