Em meio à crise hídrica, Taesa antecipa entrega de nova linha Nordeste-Sudeste

Receita permitida será de R$ 213 mi/ano. O diretor de implantação, Luis Alves, disse à Bloomberg Línea que nova linha conecta áreas onde geração solar cresce a maior mercado consumidor

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A Taesa concluiu nesta quarta o projeto Janaúba, 542 km de linhas de transmissão entre Bom Jesus da Lapa (BA) e os municípios mineiros de Janaúba e Pirapora.

As linhas acrescentam uma capacidade de 1600 MW de energia, o equivalente ao consumo de 5 milhões de habitantes, conectando o Nordeste – crescente gerador de energia solar e eólica – e o Sudeste, maior consumidor do país.

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POR QUE ISSO É IMPORTANTE: O empreendimento foi entregue com 163 dias de antecipação em relação ao previsto (fevereiro de 2022), justamente em um momento de crescentes preocupações com o abastecimento de energia e os riscos de racionamento por causa da crise hídrica, que reduziu o volume dos reservatórios das hidrelétricas.

“É uma contribuição com o país neste momento, porque aumenta a oferta de energia com eficiência e de maneira sustentável. É mais uma via importante de transporte, principalmente da energia renovável do Nordeste”, disse o diretor de implantação da Taesa, Luís Alessandro Alves, em entrevista à Bloomberg Línea.

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OS NÚMEROS DO NEGÓCIO: O investimento foi de R$ 950 milhões (18% em relação ao capex Aneel) e a entrada em operação de Janaúba vai acrescentar R$ 213,6 milhões de RAP (remuneração que as transmissoras recebem pela prestação o serviço público de transmissão aos usuários) à companhia, conforme fato relevante divulgado nesta quarta.

Segundo a informação fornecida ao mercado, este é o maior projeto greenfield da Taesa até agora: Janaúba compreende 304 km de linhas de transmissão entre Bom Jesus da Lapa e Janaúba (MG) e outros 238 km desta última cidade até Pirapora, além de três subestações de 500 kV (Bom Jesus da Lapa II, Janaúba 3 e Pirapora 2).

CONTEXTO: Com a entrada de Janaúba no portfólio, a Taesa passa a operar 34 concessões, que totalizam  11,7 mil km de linhas de transmissão pelo país – montante que deve ser acrescido em mais 2 mil km quando outros cinco projetos em curso, com investimentos totais previstos de R$ 2,2 bilhões, estiverem concluídos.

“É fundamental que novos corredores entrem em operação para garantir a expansão do sistema com confiabilidade e eficiência”, disse Alves.

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