Bolsa hoje: Expectativa com reformas leva Ibovespa a recuperar os 119 mil pontos

Por outro lado, dólar e juros absorveram mais as tensões políticas e fiscais e em torno da crise hídrica que assombram o país e fecharam em alta

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São Paulo — As altas das bolsas lá fora e o aparente fluxo positivo em favor das reformas por aqui impulsionaram o Ibovespa a fechar em alta na sessão de hoje e a recuperar o patamar dos 119 mil pontos. A possibilidade de votação da reforma do Imposto de Renda ainda hoje, que, segundo o Valor, foi informada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, aos líderes da Casa, ajudou a renovar as esperanças sobre o andamento da pauta. Além disso, a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto ao avanço dos projetos de reformas, em evento da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, também impulsionou o bom humor.

Em contrapartida, as permanentes tensões políticas, com a proximidade das manifestações de 7 de setembro, além das incertezas quanto ao cumprimento das obrigações do governo e em torno da crise hídrica ainda perturbam os investidores, que puxaram o dólar e a curva de juros pra cima na sessão desta quarta-feira (1). O resultado do produto interno bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado pela manhã, agravou o cenário e se juntou à lista dos receios do mercado.

Para alívio doméstico, o Nasdaq fechou em nova máxima histórica nos Estados Unidos com impulso das ações tecnológicas. Papéis como Amazon e Apple, que tiveram fortes ganhos no ponto mais alto da pandemia, voltaram a apresentar fortes altas na sessão. Já o S&P 500 e o Dow Jones não tiveram tanta força assim, com dados do mercado de trabalho no radar. Mais cedo, o ADP divulgou que o país criou 374.000 vagas de emprego no mês passado, bem abaixo das estimativas. O registro é uma prévia para o número oficial de criação de empregos, o Payroll, esperado para sexta-feira (3). Amanhã (2), os americanos divulgam dados dos pedidos de seguro-desemprego, que também será acompanhado de perto.

  • O Ibovespa fechou em alta de 0,52%, a 119.395 pontos
    • Marfrig (MRFG3), Eneva (ENEV3) e B2W (AMER3) foram as maiores altas percentuais; na ponta oposta, lideraram Cielo (CIEL3), Usiminas (USIM5) e PetroRio (PRIO3)
  • O dólar fechou em alta de 0,69%, a R$ 5,19. A curva de juros seguiu a mesma tendência e também avançou. O DI para janeiro próximo fechou em alta de 6,5 pontos base, para 6,805%, enquanto o vencimento para janeiro de 2027 subiu 2 pontos base, para 9,970%
  • Nos EUA, o Nasdaq fechou em alta de 0,33%, o S&P 500, 0,03%, enquanto o Dow Jones recuou 0,14%

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