São Paulo — O principal índice da bolsa de São Paulo operava sem direção definida na primeira hora do pregão desta terça-feira (31), após os dados de desemprego do segundo trimestre mostrarem uma melhora em relação ao período imediatamente anterior, mas com os investidores monitorando as movimentações políticas do país. Para hoje, é esperado que o Governo entregue ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 - que deve trazer mais detalhes sobre o plano de pagamento dos precatórios e do novo Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
As previsões de aumentos de despesas e risco ao Teto de Gastos têm preocupado o mercado. Conforme a Bloomberg News, citando autoridades que pediram anonimato, o presidente Jair Bolsonaro tem cogitado uma nova rodada do auxílio emergencial num momento em que sua popularidade atinge os níveis mais baixos antes das eleições.
Lá fora, os mercados operam no vermelho, o que também ajuda a fazer uma pressão baixista por aqui. As bolsas europeias recuam após um aumento inesperado na inflação, divulgado hoje mais cedo; nos EUA, os índices marcam uma manhã de realização de lucros, após recordes na véspera.
Mercado agora
- O Ibovespa caía 0,28%, a 119.403 pontos perto das 10h55
- O dólar futuro caía 0,66%, a R$ 5,1508, em linha com os pares emergentes, que aproveitavam a fraqueza do dólar americano e ignoravam a queda generalizada entre as commodities
- A curva de juros acompanhava o movimento, com as pontas média e longa subindo, com cenário mais otimista para a recuperação da economia do país
- O S&P 500 caía 0,24%, o Nasdaq, 0,32% e o Dow Jones, 0,24%
Destaques da bolsa: A Vale (VALE3) figurava entre as maiores quedas do índice, seguindo a forte queda do minério de ferro na China.
- Os papéis PN e ON da Petrobras (PETR4 e PETR3) também caíam, de olho nas consequências do furacão Ida na produção da commodity nos EUA.
- Na ponta de alta, o setor financeiro subia em bloco, com Itaú (ITUB4), B3 (B3SA3) e Bradesco (BBDC4) liderando as altas
Contexto
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação do país no segundo trimestre de 2021 foi de 14,1%, com queda de 0,6 ponto percentual ante o primeiro trimestre de 2021 (14,7%), e alta de 0,8 p.p. frente ao mesmo período de 2020 (13,3%).
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o resultado da PNAD “surpreendeu positivamente ao desacelerar”. “Removendo os efeitos sazonais o resultado também é positivo”, completou.
Bottom line é que o mercado de trabalho se mostrou mais forte no mês de junho, com setores mostrando recuperação e o mercado formal muito bem. Seguimos avaliando que a taxa de desemprego deverá permanecer ao redor de 15% no término desse ano.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos
Entre as expectativas do dia, estão a entrega do PLOA de 2022 e o relatório da Reforma Administrativa, que deve ser apresentado pelo relator Arthur Maia (DEM-BA) na tarde de hoje. Além disso, os riscos da crise hídrica doméstica seguem monitorados de perto pelo mercado.
Leia também
Rede D’Or desiste de investida para comprar controle da Alliar
Milho e soja ficam estáveis com investidores avaliando consequências do furacão Ida
Vacina contra Covid: Brasil supera os EUA na contagem da primeira dose