Em recuperação judicial, Latam nega estar à venda e diz preparar reorganização

Companhia aérea diz preparar plano de reestruturação que o mercado espera para o próximo dia 15 de setembro

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São Paulo — A companhia aérea Latam Brasil informou, nesta terça-feira (31), que não está à venda e que ainda prepara seu plano de reorganização para sair de recuperação judicial ainda neste ano. A Azul demonstra interesse em adquirir a operação brasileira. A expectativa do mercado é que a Latam apresente esse plano no dia 15 de setembro.

“A Latam não está à venda e não comenta sobre as intenções da Azul. A companhia está se preparando para entregar seu plano de reorganização no contexto do Chapter 11 com previsão de saída ainda este ano, se reerguendo com mais eficiência e custos mais enxutos em suas operações nacionais e internacionais”, comentou a Latam, em nota enviada pela sua assessoria de imprensa à Bloomberg Línea, ao ser questionada sobre a data de apresentação do plano de reestruturação.

Caso a proposta de reorganização seja aceita, a Latam poderá abandonar o Chapter 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, que permite um prazo para que as empresas se reorganizem financeiramente. O trade turístico aguarda o desfecho com ansiedade, já que começou a planejar as vendas de fim de ano, quando há a expectativa de um crescimento das viagens de Natal e Réveillon, além do período de férias, e existe o receio de faltar avião nos aeroportos para atender à demanda reprimida dos turistas que suspenderam viagens por causa da pandemia da Covid-19.

No último dia 20 de agosto, as ações da Azul dispararam 3% na B3, após o “The Wall Street Journal” publicar, citando fontes a par das negociações, que a companhia estaria em conversas com credores da Latam para uma aquisição.

A Latam Brasil entrou com pedido de recuperação judicial do grupo nos EUA, citando os impactos da crise do coronavírus nas operações da companhia, em julho do ano passado.

Ontem, o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, afirmou ao O Globo que “os rumores de uma eventual proposta da Azul para adquirir a operação brasileira do grupo chileno têm como único objetivo atrasar e encarecer o processo de saída da companhia do Capítulo 11, a lei de recuperação judicial americana”.

“Eles estão minimizando as dificuldades e o tempo de aprovação. Mas esse é o jogo da Azul. Dificultar e encarecer a saída da Latam do Capítulo 11. Comprar mesmo, acho que eles sabem que é inviável do ponto de vista de prazo”, afirmou Jerome em entrevista à coluna “Capital”.

Azul

Na Bolsa brasileira, a ação da Azul fechou hoje em queda de 0,53% nesta terça-feira (31), cotada a R$ 37,69, e acumula valorização de 64,72% em 12 meses.

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A Azul está esperando a Latam Airlines Group apresentar o plano de restruturação para apresentar um plano alternativo para adquirir a Latam Airlines Brazil. Como dito em relatórios anteriores, a integração da malha aérea e sinergias em custos poderia resultar em um VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 9,5 bilhões”, escreveu o analista do Bradesco BBI, Victor Mizusaki, em nota enviada hoje aos clientes.

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