Apple planeja adicionar recursos de satélite a iPhones para emergências

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O esforço da Apple Inc. para trazer recursos de satélite para o iPhone será focado em situações de emergência, permitindo que os usuários enviem textos para socorristas e relatem falhas em áreas sem cobertura de celular.

A empresa está desenvolvendo pelo menos dois recursos de emergência relacionados que contarão com redes de satélites, com o objetivo de liberá-los em futuros iPhones, segundo uma pessoa a par da situação.

A Apple vem trabalhando em tecnologia de satélite há anos, com uma equipe explorando o conceito desde pelo menos 2017, informou a Bloomberg. Especulações de que o próximo iPhone terá capacidades de satélite aumentadas esta semana depois que o analista da TF International Securities Ming-Chi Kuo disse que o telefone provavelmente funcionará com espectro de propriedade da Globalstar Inc.

Isso levou a especulações de que o iPhone se tornará algo semelhante a um telefone via satélite, livrando os usuários da dependência de redes celulares. Mas o plano da Apple é inicialmente mais limitado em escopo, de acordo com a fonte, com o foco em ajudar os clientes a lidar com cenários de crise.

E embora o próximo iPhone possa ter o hardware necessário para comunicações por satélite, é improvável que os recursos estejam prontos antes do próximo ano, disse outra pessoa, que pediu para não ser identificada porque os planos ainda não são públicos. Os recursos também podem ser alterados ou descartados antes de serem lançados.

Um representante da Apple não quis comentar.

O primeiro componente, denominado Mensagem de Emergência via Satélite, permitirá aos usuários enviar mensagens de texto para serviços de emergência e contatos por meio de uma rede de satélite quando não houver sinal de celular disponível. Esse recurso será integrado ao aplicativo Mensagens como um terceiro protocolo - junto com o SMS padrão e iMessage - e aparecerá com bolhas de mensagem cinza em vez de verde ou azul. O segundo recurso será uma ferramenta para relatar grandes emergências, como acidentes aéreos e naufrágios, também por meio de redes de satélites.

A ferramenta de mensagens de texto via satélite, de codinome Stewie dentro da Apple, vai restringir as mensagens a um comprimento mais curto. Os textos serão enviados automaticamente para o telefone de um contato de emergência, mesmo se a configuração de não perturbe estiver ativada. Um projeto planejado permitirá que um usuário envie a mensagem digitando “SOS de Emergência”, onde normalmente inseririam um nome de contato. Além de enviar mensagens de texto, o serviço pode, eventualmente, ser capaz de lidar com algumas ligações também.

Essa opção será útil em áreas como montanhas ou lagos remotos, onde a cobertura 4G ou 5G pode não estar disponível. Como parte de seus esforços mais amplos, a Apple chegou a considerar a possibilidade de implantar seus próprios satélites, mas esse recurso provavelmente dependerá das redes existentes.

O segundo recurso de emergência se concentra em permitir que os usuários relatem uma crise. O telefone perguntará que tipo de emergência está acontecendo, por exemplo, se envolve um carro, barco, avião ou incêndio.

O sistema também é capaz de captar informações mais específicas, como uma pessoa caindo ao mar ou um navio naufragado. Ele perguntará ao usuário se os serviços de busca e resgate são necessários, se há comportamento suspeito ou armas envolvidas e se uma pessoa sofreu uma lesão traumática.

Ao chegar aos serviços de emergência, o recurso pode enviar a localização e a identificação médica de um usuário, um cartão virtual no aplicativo Saúde com uma lista do histórico médico do usuário, idade, medicamentos e informações como altura e peso. Ele também pode notificar os contatos de emergência de um usuário, normalmente a família de uma pessoa, amigos ou médicos.

Não está claro quais serviços ou provedores de emergência o sistema utilizaria. O conjunto de recursos competiria com o dispositivo Garmin inReach, que permite aos usuários enviar mensagens curtas ou um SOS por redes de satélite.

Ambos os recursos dependem, obviamente, da disponibilidade do satélite e das regulamentações locais. Eles não foram projetados para funcionar em todos os países, e a Apple criou um mecanismo que pedirá aos usuários que fiquem ao ar livre e caminhem em uma determinada direção para ajudar o iPhone a se conectar a um satélite. O link para uma rede também nem sempre será instantâneo, com o teste do recurso indicando que às vezes pode levar até um minuto para funcionar.

Para se conectar a satélites, a Apple precisará de um chip especial. Embora a empresa esteja desenvolvendo seus próprios modems celulares personalizados para uso nos próximos anos, ela ainda planeja contar com um modem da Qualcomm Inc. no curto prazo.

As especulações de que o próximo iPhone terá capacidades de satélite fizeram com que as ações da Globalstar disparassem na segunda-feira. Essa empresa disse anteriormente que assinou um acordo com uma parte não identificada para desenvolver um novo serviço - uma divulgação que alguns agora acreditam ser uma prova de que é parceira da Apple.

A Apple não está se juntando à rival Globalstar Iridium Communications Inc. no esforço, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. E a Omnispace LLC, outra empresa de satélite, ainda não se comprometeu a construir sistemas que possam dar suporte a esses serviços, disse o analista da indústria Tim Farrar.

As ações da Globalstar dispararam 64% para US$ 2,35 antes do fechamento na segunda-feira. As ações recuaram no final do pregão, caindo até 24%, mas reduziram as perdas depois que a Bloomberg informou sobre os planos da Apple. As ações da Iridium recuaram até 7,4% no período de negociação.

A Apple planeja lançar seus iPhones mais recentes já em meados do próximo mês. Além da possível funcionalidade de satélite, a empresa planeja incluir um recorte de tela mais estreito com um sistema de identificação facial atualizado e um processador mais rápido. O novo modelo também terá atualizações significativas de hardware e software de câmera.