Bloomberg — A alta dos preços do aço na Europa para níveis espantosos pode finalmente estar perdendo fôlego.
Uma queda nos preços do minério de ferro, uma desaceleração sazonal na demanda e um setor automotivo prejudicado pela escassez de semicondutores estão conspirando para esfriar os preços de referência do aço no continente. O preço dos futuros da bobina a quente diminuiu gradualmente em agosto, após seis meses consecutivos de ganhos, o que deu às siderúrgicas europeias alguns de seus maiores lucros em anos.
Do outro lado do Atlântico, o rali se mantém firme. Futuros de bobinas laminadas a quente estão se aproximando de US$ 2 mil a tonelada, auxiliados por tarifas sobre importações estrangeiras que o presidente Joe Biden não tem pressa em suspender. Se o fizesse, isso poderia energizar os preços europeus, enquanto esfriava os pagos pelos consumidores americanos.
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Para se assegurar, fabricantes e empresas de construção da Europa não devem ficar muito entusiasmados com uma redução rápida nos custos. A calmaria na demanda é sazonal e pode ganhar força novamente no mês que vem.
“Se a atividade esquentar em setembro, os preços devem permanecer firmes”, disse Christian Georges, analista sênior da Societe Generale SA. “A demanda automotiva é uma incerteza contínua com a escassez de semicondutores, mas as carteiras de pedidos são fortes.”
Montadoras respondem por cerca de 16% do consumo de aço na Europa, segundo dados da associação industrial Eurofer. O setor sofre com a escassez de semicondutores, o que obrigou empresas como Toyota Motor Corp. e Volkswagen AG a cortar ou suspender produção nas últimas semanas.
“As vendas de veículos nos principais mercados europeus estão lutando para se recuperar aos níveis pré-pandêmicos, o que está começando a impactar os pedidos de aço”, afirma Grant Sporre, analista de commodities e metais da Bloomberg Intelligence. “Com os atuais preços do aço, era provável que houvesse alguma resistência entre os consumidores”.
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