O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que não haverá um nome da terceira via consolidado antes de março de 2022.
Segundo ele, a viabilidade de uma alternativa à disputa entre o bolsonarismo e o PT não acontecerá este ano porque os partidos ainda tentam viabilizar seus nomes e, só a partir do ano que vem, o nome que subir nas pesquisas deve começar a angariar apoio de setores descontentes para quebrar a polarização.
“Hoje, a um ano e dois meses da eleição, é importante olhar as pesquisas de opinião pela rejeição ao nome e não pela intenção de voto. Isso, no momento certo, vai ser favorável à terceira via”, disse o governador em um encontro na sede da gestora RPS Capital, na Faria Lima, com agentes autônomos de investimentos.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE: No último levantamento do Datafolha, realizado no mês passado, Lula aparece com 46% e Bolsonaro com 25%, seguido por Ciro Gomes (PDT, 8%) e João Doria (PSDB, 5%). No cenário em que governador gaúcho aparece como candidato tucano no lugar de Doria, o cenário é similar nas primeiras posições: Lula (46%), Bolsonaro (25%), Ciro (9%), o ex-ministro Henrique Mandetta (5%) e Leite (3%).
O mesmo levantamento mostra Bolsonaro com uma rejeição de 59% dos entrevistados e Lula e Doria empatados com 37%. Eduardo Leite, que é menos conhecido nacionalmente do que os três, tem 21% de rejeição, segundo a pesquisa.
CONTEXTO: O tucano é bem-visto pelo mercado financeiro. Além de ter realizado uma reforma administrativa para reduzir o déficit do Rio Grande do Sul – um problema histórico –, ele conseguiu vencer a histórica oposição do Estado às privatizações.
Depois de conseguir apoio na Assembleia Legislativa para derrubar o dispositivo da Constituição gaúcha que submetia a plebiscito qualquer proposta de privatização de estatais estaduais, Leite promoveu a venda da Companhia Estadual Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-T). Em leilão, a CPFL Energia comprou o ativo por R$ 2,67 bilhões (ágio de 57,13%).
No encontro na gestora, Leite disse que, caso consiga ser candidato à Presidência da República (o PSDB decidirá entre ele e Doria em novembro), sua plataforma será centrada na educação.