Bloomberg Línea — O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta sexta-feira (27) que pode ser apropriado começar o processo de tapering - de redução de estímulos à economia - este ano, embora não tenha pressa em começar a aumentar as taxas de juros a partir de então.
- Segundo ele, a economia agora passou pelo teste de “progresso adicional substancial” em direção à meta de inflação do Fed, que Powell e seus colegas disseram ser uma pré-condição para reduzir as compras de títulos, enquanto o mercado de trabalho também fez “progresso claro”.
- “Os formuladores de política monetária gostariam de concluir as compras antes que as autoridades comecem a aumentar as taxas de juros, e vários viram, em junho, uma possível necessidade de aumentos das taxas já em 2022 em meio à inflação que está acima da meta de 2% do banco central”
- Powell alertou que um movimento para começar a desacelerar o programa de compra de títulos não deve ser interpretado como um sinal de que aumentos nas taxas ocorrerão em breve.
- Na última reunião de política monetária no final de julho, “eu era da opinião, como a maioria dos participantes, que se a economia evoluísse amplamente conforme o previsto, poderia ser apropriado começar a reduzir o ritmo de compras de ativos este ano”, disse Powell.
- Powell disse que o desemprego melhorou nos últimos meses, mas ainda segue “muito alto”
- Segundo Powell, a variante delta da Covid representa um risco para a recuperação econômica, mas as perspectivas de emprego continuam boas.
- “A dinâmica da inflação é complexa e ainda está longe da meta do Federal Reserve, mas o aumento de preços é temporário”
- “Estamos monitorando a dinâmica de preços de diversos setores, com alguns mostrando menor pressão do que nos últimos meses”
- “A economia agora passou pelo teste de progresso adicional substancial em direção ao objetivo de inflação do Fed, enquanto o mercado de trabalho também fez progresso claro”.
- “O momento e o ritmo da próxima redução nas compras de ativos não terão a intenção de transmitir um sinal direto sobre o momento do aumento da taxa de juros, para o qual articulamos um teste diferente e substancialmente mais rigoroso”
- “Dissemos que continuaremos a manter o intervalo da meta para a taxa básica em seu nível atual até que a economia alcance condições consistentes com o emprego máximo e a inflação tenha atingido 2% e esteja a caminho de ultrapassar moderadamente 2% por algum tempo”
- “Temos muito terreno a percorrer para alcançar o emprego máximo e o tempo dirá se chegarmos 2% de inflação de forma sustentável”
- “Como sempre, estamos dispostos a mudar a política monetária para o melhor para a economia e para garantir a recuperação”
- “As mudanças que fizemos no último ano estão em linha com as nossas necessidades de agora”
- “O último mês trouxe mais informações positivas para emprego, ao mesmo tempo em que a variante delta se espalhou pelo o país”
- “O timing da redução de recompra de ativos não vai seguir um plano fixo. Vamos observar os próximos dados para analisar se a economia segue rumo à ocupação máxima e à meta de 2% de inflação ao ano”
- “Antes da pandemia, víamos que um mercado de trabalho forte e uma inflação controlada eram positivos para a economia. Estamos caminhando para isso”
Reação dos mercados
- Wall Street: Nos EUA, a bolsa de Nova York tinha alta de 0,64% no índice Dow Jones e de 0,68% no S&P 500 pouco antes das 12h (horário de Brasília). Já o índice Nasdaq Composite subia 0,77%. No mercado de títulos, as taxas dos Treasuries de dez anos recuavam 0,025 ponto para 1,331%;
- No Brasil, a bolsa tinha alta de 0,93% no Ibovespa, que voltou a ficar acima de 120 mil pontos marcando 120.041 pontos. Entre os destaques, estão as ações da Petrobras (PETR4) com alta de 1,67% e da Vale (VALE) com ganhos de 2%;
- Câmbio: O dólar recuava 0,90% para R$ 5,21, também com as atenções dos investidores voltadas para as negociações em Brasília em torno dos precatórios e da reforma tributária.
- Juros: No mercado de juros, as taxas longas e curtas recuam. O taxa do DI para 2022 caia de 6,765% para 6,76%, enquanto as do DI de 2025 passavam de 9,42% para 9,38% e as do DI para 2025 recuavam de 9,8% para 9,74%.
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