Bloomberg — Pfizer e BioNTech anunciaram um acordo com a Eurofarma Laboratórios para produção anual de 100 milhões de doses de sua vacina contra a Covid-19 para distribuição na América Latina.
Sob os termos anunciados na quinta-feira, a farmacêutica brasileira se encarregará do processo de encher e terminar, no qual a vacina é colocada em frascos estéreis.
A Eurofarma começará a fabricar doses prontas na fábrica em São Paulo em 2022. Enquanto isso, Pfizer e BioNTech apoiarão a transferência de tecnologia, o desenvolvimento do local e a instalação de equipamentos. A substância vacinal será enviada dos EUA para o Brasil e as doses prontas serão distribuídas pela Eurofarma exclusivamente na América Latina.
Após esse acordo, a cadeia de abastecimento Pfizer-BioNTech terá mais de 20 unidades de produção em quatro continentes. As parceiras afirmam que buscam fabricantes contratados “usando um processo de seleção rigoroso” que enfatiza conformidade, histórico de segurança, força de trabalho altamente treinada, disponibilidade de capacidade e relacionamento de trabalho prévio.
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Contando a unidade brasileira, haverá duas plantas no Hemisfério Sul que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro subjacente à vacina Pfizer-BioNTech. A outra envolve um trato semelhante com a Biovac, empresa na qual o governo sul-africano tem participação acionária.
Os acordos foram firmados após uma onda de críticas sobre o acesso desigual a vacinas ao redor do mundo. A escassez de imunizantes em alguns países atrapalhou os esforços para conter a pandemia, especialmente diante da disseminação da variante delta, que é mais contagiosa. Países e regiões mais ricos estão se vacinando em ritmo 20 vezes mais rápido do que os locais mais pobres, deixando muitas pessoas ainda altamente vulneráveis à infecção.
Na América Central e no Caribe, os casos de Covid-19 estão em disparada. A América do Sul continua enfrentando elevado número de infecções diárias, mas as internações estão diminuindo.
Faltam locais de produção
Segundo a Organização Mundial da Saúde, deficiências na infraestrutura de fabricação de imunizantes contribuem para o problema. As plantas que produzem vacinas contra a doença se concentram nos EUA, Europa e Ásia. Especialistas da OMS e outras entidades pediram que Pfizer-BioNTech e suas contrapartes contribuíssem para mudar o quadro.
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A parceria com a Eurofarma ajudará a proporcionar acesso justo e equitativo à vacina, afirmou o CEO da Pfizer, Albert Bourla, em comunicado, acrescentando que a empresa continuará explorando oportunidades semelhantes.
Até o momento, Pfizer e BioNTech já enviaram mais de 1,3 bilhão de doses para mais de 120 países e territórios. A dupla fez uma aliança com a Covax (iniciativa global destinada à distribuição equitativa de vacinas) e está fornecendo 500 milhões de doses ao governo americano, que vai doar e distribuir os imunizantes ao redor do mundo.
Ampliando a produção
A Eurofarma produz medicamentos genéricos e de marca vendidos com ou sem prescrição médica, tratamentos veterinários e produtos hospitalares. A brasileira já tinha uma parceria com a Pfizer, focada no segmento cardiovascular.
Enquanto a Eurofarma se mobiliza para finalizar os frascos de vacinas Pfizer-BioNTech contra a Covid, a OMS e sua divisão Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estarão lançando simultaneamente um programa próprio para trazer a tecnologia mRNA para a região.
Mais de 30 empresas de capital aberto e fechado manifestaram interesse em participar do programa de transferência de tecnologia mRNA da OMS para favorecer a produção na América Latina e no Caribe, revelou Carissa Etienne, diretora da OPAS. O grupo fará diversos encontros para promover coordenação entre os países e angariar parceiros.
“Para que a produção regional seja sustentável, a produção não pode ser concentrada em um só lugar”, disse ela.
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