Petrobras vende refinaria de Manaus; veja outros ativos que a estatal colocou à venda e como está o andamento

Petroleira assina contrato para a venda da REMAN por US$ 189,5 mi, mas negociação para refinaria pernambucana de RNEST retrocede com recusa de interessados por proposta

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São Paulo — O plano de desinvestimentos da Petrobras avançou, ontem, com a assinatura do contrato para a venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), em Manaus (AM), por US$ 189,5 milhões (R$ 994,15 milhões), com o Grupo Atem. A refinaria é a segunda dentre as oito que estão em processo de venda a ter o contrato assinado. Em 24 de março, foi assinado o contrato de venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia.

Rodrigo Costa, diretor de Refino da Petrobras, comentou a venda da refinaria amazonense. “A assinatura do contrato de venda da REMAN representa mais um passo importante para o processo de reposicionamento da atividade de refino na Petrobras. A companhia está investindo para se tornar mais competitiva e para se posicionar entre as melhores refinadoras do mundo, em termos de eficiência, desempenho operacional e produtos de alta qualidade”, disse.

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Por outro lado, a estatal informou, ontem, que os interessados no processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) declinaram formalmente de apresentar proposta vinculante para a compra da refinaria de Pernambuco.

“Assim, a companhia está realizando os trâmites internos para encerramento do processo de venda em curso e avaliará seus próximos passos”, comunicou a companhia.

Já os processos competitivos para a venda da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Minas Gerais, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR), no Ceará, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, continuam em andamento visando a assinatura dos contratos de compra e venda. As refinarias Landulpho Alves (RLAM) e Isaac Sabbá (REMAN) já tiveram seus contratos de compra e venda assinados.

Foco é reduzir dívida

A lista de desinvestimentos de ativos não essenciais, a fim de reduzir seu endividamento e focar na produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas, inclui também os gasodutos TBG, ativo de 2.593 km que transporta gás natural proveniente da Bolívia, e TSB, que opera no sul do país. A estatal recebeu uma oferta vinculante de centenas de milhões de dólares pelos dois gasodutos, feita pela companhia norte-americana de private equity EIG Global Energy Partners, informou, ontem, a agência de notícias Reuters, citando fontes não identificadas.

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No segundo trimestre, a Petrobras registrou uma entrada de caixa com desinvestimentos de US$ 300 milhões com o fechamento da venda de fatias em quatro eólicas (Mangue Seco 1, 2, 3 e 4) e da sua participação remanescente de 10% na Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a Nova Infraestrutura Gasodutos Participações. A NTS transporta gás natural por meio de um sistema de gasodutos, conectando a região mais industrializada do Brasil, ligando os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao gasoduto Bolívia-Brasil, aos terminais de GNL e às plantas de processamento de gás.

Também no segundo trimestre, em junho, a estatal realizou a oferta subsequente (follow-on) da BR Distribuidora, em que vendeu sua fatia remanescente (37,5%) na companhia, por R$ 11,358 bilhões (US$ 2,2 bilhões), uma operação que deve ajudar a petroleira a antecipar, de 2022 para 2021, o atingimento da meta de redução da dívida bruta para US$ 60 bilhões. Na virada do semestre, além da participação remanescente de 10% na NTS, a Petrobras também concluiu a venda dos campos de Frade e Dó-Ré-Mi, do Polo Rio Ventura, das Sociedades Eólicas Mangue Seco 1, Mangue Seco 2, Mangue Seco 3 e Mangue Seco 4, da Petrobras Uruguay Distribución (PUDSA) e da BSBios.

Confira a evolução dos projetos de desinvestimentos da Petrobras, segundo a webcast realizada no último dia 5 para apresentar seu resultado financeiro do segundo trimestre:

1- TEASER E FASE NÃO VINCULANTE

Ativo de exploração e produção

  • Polo Marlim (RJ)

Ativo de distribuição, refino, energia e gás natural

  • Deten Química

2- FASE VINCULANTE

Ativos de distribuição, refino, energia e gás natural

  • ANSA
  • Ativos de refino RNEST (desistência de proposta vinculante anunciada ontem), REFAP, REGAP, REMAN (avançou para fase de contrato assinado ontem), LUBNOR e SIX
  • Ativos na Colômbia
  • PBIO
  • Participação em Geradoras de Energia (UTEs)
  • UFN-III
  • Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia (TBG)
  • Transportadora Sul Brasileira de Gás (TSB)

Ativos de exploração e produção

  • Campos de Albacora (RJ)
  • Campos de Albacora Leste (RJ)
  • Campos terrestres (AM, BA, ES, RN e SE)
  • Campos de águas rasas e profundas (BA, CE, RJ, RN e SE)
  • Blocos exploratórios na Bacia do Paraná

3- ASSINADOS - AGUARDANDO FECHAMENTO

- Assinados em 2021:

Ativos de distribuição, refino, energia e gás natural:

  • Gaspetro
  • RLAM
  • TEP e Manauara
  • UTE Polo Camaçari

Ativos de exploração e produção

  • Campo Papa-Terra (RJ)
  • Campos terrestres e de águas rasas - Polo Alagoas (AL)
  • Campos terrestres - Polo Miranga (BA)
  • Campo terrestre Rabo Branco (SE)
  • Campos em águas rasas Polo Peroá (ES)

Assinados em 2020:

  • Campos em águas rasas - Polo Pescada (RN)
  • Campos terrestres: Polo Fazenda Belém (BA), Polo Recôncavo (BA), Polo Remanso (BA) e Polo Cricaré (ES)

Assinados em 2018:

  • Lapa - 10% adicional

4- FECHADOS EM 2021

Ativos de distribuição, refino, energia e gás natural:

  • BSBios
  • Ativos no Uruguai (PUDSA)
  • Petrobras Distribuidora (BR)
  • Mangue Seco 1,2, 3 e 4
  • NTS (10%)

Ativos de exploração e produção

  • Campo de Frade (RJ)
  • Campo terrestre Dó-Ré-Mi (SE)
  • Campos terrestres Polo Rio Ventura (BA)

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