Minerva dá seu primeiro passo na Austrália e entra no mercado de ovinos

Empresa brasileira comprou dois frigoríficos especializados na costa oeste do país e vai controlar uma joint venture com o grupo saudita Salic, uma das maiores empresas agropecuárias do país

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A Minerva Foods anunciou hoje que está dando seus primeiros passos no mercado para além da América do Sul e na diversificação de seus negócios. A empresa brasileira comprou o Sharke Lake e o Great Eastern Abattoir, dois frigoríficos australianos especializados no abate de ovinos.

As duas unidades farão parte de uma joint venture com a Saudi Agriculture and Livestock Investment Company (Salic), empresa saudita que se estabeleceu na Austrália desde 2012 e atua na produção de lã e engorda de cordeiros, com um rebanho de aproximadamente 50 mil animais.

A Minerva será a controladora da nova empresa, com uma fatia de 65%, ficando os demais 35% com o grupo australiano. O investimento total da joint venture na operação será de US$ 35 milhões, que englobam a aquisição dos ativos, investimento em melhorias das plantas e capital de giro. A expectativa é que as duas unidades estejam em operação em 60 dias, após a aprovação dos órgãos reguladores.

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A ideia da empresa brasileira é usar sua trading baseada na Austrália e que já atua na comercialização de ovinos, com grande foco nos mercados da Ásia e do Oriente Médio, para alavancar a estrutura comercial da nova operação.

“Essa iniciativa segue alinhada com o direcionamento estratégico da Minerva Foods, e complementa de maneira singular nossas operações na América do Sul, maximizando as oportunidades comerciais e sinergias operacionais, reduzindo os riscos e contribuindo para nossa estratégia de consolidação no mercado de exportação de proteína animal, sempre respeitando o nosso compromisso com a disciplina financeira”, disse a Minerva em comunicado ao mercado.

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Além do mercado de cordeiros, a Salic é uma das maiores empresas agrícolas da Austrália, com 211 mil hectares sob sua gestão. Desse total, 158 mil hectares são destinados à produção de trigo, cevada, aveia e canola. O grupo também passou a atuar como uma trading de grãos, com 11 silos, capacidade para armazenar 15 mil toneladas, e uma estrutura de transporte, que leva os grãos para exportação e traz insumos para as fazendas.

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