São Paulo — O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu hoje sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deste ano para 1,7%. Em junho, a entidade havia estimado o crescimento do setor para 2021 em 2,6%.
“O ajuste nas projeções foi motivado, principalmente, pela redução nas estimativas de produtividade e produção de culturas importantes como a do milho, devido a impactos climáticos adversos da ocorrência de um fenômeno La Niña mais severo nesta safra, e pela piora do cenário para a produção de bovinos”, disse o Ipea.
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Segundo o Ipea, o valor da produção agrícola foi o principal fator de influência na revisão do número geral. O crescimento de 2,7% previsto em junho foi reduzido para 1,7%, ainda sustentado pela valorização de 9,8% da safra de soja, de 36% da produção de trigo e de 4,1% do arroz. O desempenho dessas culturas compensou, em parte, a queda de 11,3% estimada para o milho, 3,2% para a cana-de-açúcar e de 21% do café.
“O rendimento do milho em 2021, em especial, foi muito prejudicado pelo atraso na colheita da soja, que retardou o plantio da segunda safra, ficando dependente de chuvas tardias que não ocorreram”, disse o Ipea.
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No caso da produção animal, a previsão de alta foi revista de 2,5% para 1,8%. Todos os segmentos analisados apresentaram crescimento, exceto o de bovinos, que devem ter seu valor adicionado reduzido em 1%. O valor da produção de suínos deve crescer 7,7% em 20221, quando o de frango tende a avançar 3,9%, leite 3,1% e ovos 4,5%.
Para 2022, os pesquisadores do Ipea estimam um crescimento de 3,3% no PIB do setor, com alta de 3,9% na produção agrícola e 1,8% na produção animal. A expectativa é que o bom desempenho da produção de soja seja mantido, com uma previsão de recuperação das culturas de milho e algodão.
Além disso, o abate de bovinos deverá registrar recuperação, depois de dois anos consecutivos de queda. “Esperamos uma recuperação da oferta de bovinos no ano que vem, tendo transcorrido tempo suficiente para a recomposição do rebanho após o pico em 2019”, disse o Ipea.
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