Bolsa fecha em queda de 1,73% com expectativa sobre Fed e temor de crise hídrica

Queda foi liderada pela Vale e bancos. Decisão sobre autonomia do BC foi positiva para mercados, mas futuro dos estímulos nos EUA e possível aumento da energia aqui alimentam incerteza

26 de Agosto, 2021 | 05:50 PM

O Ibovespa estava em queda de 1,73% (118.729 pontos) às 17h desta quinta-feira (26), pressionado por quedas das ações da Vale e dos bancos – que têm forte peso na composição do índice acionário. Magalu caiu 3,99%. O dólar fechou cotado a R$ 5,26.

Por volta das 16h30, quando o Supremo Tribunal Federal formou maioria para reconhecer a constitucionalidade da lei que deu autonomia ao Banco Central, as ações até se recuperaram um pouco, ultrapassando o patamar de 119 mil pontos, mas embicaram para baixo na sequência.

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A queda reflete expectativas com o exterior – o Fed deve indicar em seu encontro em Jackson Hole (no estado americano Wyoming) se vai adotar um tom mais hawkish, de aperto monetário com retiradas de estímulos na economia americana – e apreensões com a situação doméstica.

Leia mais: Guedes sinaliza energia elétrica mais cara em setembro

Além de realização de lucros, a queda também reflete preocupações com a perspectivas de gastos públicos com a aproximação do calendário eleitoral. Hoje, em audiência no Senado, o ministro Paulo Guedes sinalizou que a energia elétrica deve ficar mais cara por conta da crise hídrica, que tem reduzido o nível dos reservatórios das hidrelétricas.

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Quem caiu:

Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 30,24 (-2,42%)

Vale (VALE3): R$ 98,41 (-1,10%)

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Magazine Luiza (MGLU3): R$ 18,77 (-3,99%)

Ambev (ABEV3): R$ 17,10 (-2,73%)

B3 (B3SA3): R$ 13,66 (-2,36%)

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Bradesco (BBDC4): R$ 22,99 (-1,84%)

Itaúsa (ITSA4): R$ 11,22 (2,35%)

Quem subiu:

Banco Inter (BIDI11): R$ 67,18 (+4,66%)

Lojas Americanas (AMER3): R$ 43,06 (+1,51%)

Lojas Americanas (LAME4): R$ 5,92 (+1,89%)

Weg (WEGE3): R$ 36,69 (+0,85)

Cogna (COGN3): R$ 3,40 (+0,29)

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.