São Paulo — Após dar o calote em credores detentores de bônus, a empreiteira Andrade Gutierrez fechou a venda de sua participação (14,86%) na CCR, operadora de concessões de infraestrutura e mobilidade urbana, para um fundo da empresa de private equity IG4 Capital, sediado na Escócia. O contrato foi assinado hoje, segundo fato relevante divulgado pela CCR. A transação depende ainda de aval regulatório.
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Para fechar o negócio, está previsto um aditamento ao acordo de acionistas da CCR, formalizando o ingresso do fundo IG4 Transport no acordo. No começo do mês, os sócios controladores da CCR - a Camargo Corrêa (grupo Mover Participações, dono de 14,86% da companhia) e Soares Penido (que detém 15,05% da CCR) - deram o sinal verde para a saída da empreiteira mineira da estrutura acionária da companhia.
A fatia adquirida corresponde a 300.149.836 ações ordinárias da CCR. Considerando a cotação de fechamento de ontem (R$ 12,66), isso resultaria em um valor de R$ 3,7 bilhões.
A IG4 fechou um acordo com a Macquarie Asset Management, gestora de ativos da australiana Macquarie, que será um investidor financeiro estratégico dentro do fundo IG4 Transport, veículo de investimento da gestora sediado na Escócia. As duas informaram que vão pagar até R$ 5 bilhões pela fatia na CCR.
Credores
Na última terça-feira (24), a Andrade Gutierrez informou “estar em diálogo” com um grupo de detentores de títulos de dívida emitidos no exterior (bonds) “avaliando as alternativas para o equacionamento das notas vencidas”. A empreiteira diz ter contratado a Moelis &Co, entre outros assessores, “para readequar a sua atual estrutura de capital, de forma a preservar sua capacidade comercial, operacional e financeira”. O valor devido é de US$ 43,2 milhões (R$ 225,5 milhões, considerando o dólar a R$ 5,22).
“Existe a expectativa de que a IG4 Transport, ou algum de seus investidores, de forma independente, possa fazer aquisições adicionais de ações de emissão da Companhia, dentro do presente exercício social, em percentual não superior a 5%”, informou o fato relevante.
O fundo escocês foi representado pelos advogados Thyago de Freitas Barreto e Ivam Pimenta Passos.
IG4
Fundada por Paulo Mattos em 2016, a IG4 atua no setor de infraestrutura no país, controlando a Iguá Saneamento, que atraiu aportes bilionários de fundos canadenses e venceu a disputa por um dos blocos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) em abril.
Desde 2020, a IG4 também é dona de uma das principais empresas de infraestrutura do Peru, o Graña y Montero, além do Corredor Logística e Infraestrutura (CLI), que opera grãos no porto de Itaqui (MA), além de outros investimentos em outros setores.
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