São Paulo — O grupo Amaggi, controlado pela família do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, anunciou um investimento de R$ 2,3 bilhões para este ano. Os recursos serão aplicados para a compra de terras e expansão da capacidade produtiva, construção de três unidades industriais, de uma pequena central hidrelétrica, do aumento da capacidade de armazenagem de grãos e da ampliação da frota própria de veículos.
Parte do investimento já foi anunciado. Em março deste ano, o conglomerado agrícola brasileiro anunciou a compra do grupo argentino El Telhar, que detinha fazendas em sete municípios de Mato Grosso. O negócio acrescenta 62 mil hectares de áreas produtivas sob a gestão da Amaggi, que passa a ter 350 mil hectares disponíveis para cultivo.
O El Telha foi considerado um dos maiores produtores de grãos do Brasil. Contudo, o grupo teve sua estratégia de expansão limitada, com a nova interpretação da lei de compra de terras agrícolas por estrangeiros.
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Na área industrial, a Amaggi vai levantar duas misturadoras de fertilizantes, uma em Porto Velho e outra em Sinop (MT). As obras em Rondônia já começaram, enquanto a unidade matro-grossense ainda será iniciada. A terceira fábrica nos planos do grupo será uma usina de biodiesel em Lucas do Rio Verde, ao lado do complexo de processamento de soja que a empresa já possui na cidade. Quando terminada, a nova fábrica de biodiesel terá capacidade anual de produção de 300 mil toneladas do biocombustível e será abastecida com o óleo de soja da unidade de esmagamento.
Esperando um aumento na base de fornecedores de grãos, a empresa vai elevar em quase 10% sua capacidade de armazenamento. A ideia é construir novos armazéns nas regiões produtoras do país e chegar a uma capacidade de estocagem de 2,85 milhões. Ainda em termos logísticos, a Amaggi vai expandir em 60% sua frota de veículos e chegar a aproximadamente 800 unidades, além de construir uma base de operações logísticas em Vilhena (RO).
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A partir de 2023, deve entrar em operação a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) que está sendo construída em Sapezal (MT). A unidade vai elevar em mais de 28% a potência instalada total da companhia, dos atuais 70 MW para mais de 90 MW.
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