Bloomberg Línea — A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) teve alta mensal de 0,89% em agosto, a maior para o mês desde 2002, puxada pelos preços da energia elétrica. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- O indicador acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% nos últimos 12 meses. A alta ficou levemente acima das expectativas compiladas pela Bloomberg, de 0,83% no mês e 9,24% na base anual
- Todas as áreas pesquisas tiveram aumento em agosto.
Segundo o instituto, com aumento de 5%, a energia elétrica exerceu o maior impacto individual no resultado, sendo responsável por 0,23 ponto percentual no índice do mês, por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2 e do reajuste de 52% no valor adicional da bandeira.
A segunda maior contribuição para o IPCA-15 veio dos transportes, com aumento de 1,11%, seguida por alimentação e bebidas (1,02%). A única queda foi em saúde e cuidados pessoais (-0,29%).
- No grupo, os preços dos combustíveis (2,02%) aceleraram em relação a julho (0,38%). A principal contribuição (0,12 p.p.) veio da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%.
- Por outro lado, houve deflação no grupo saúde e cuidados pessoais (-0,29%), que contribuiu com -0,04 p.p. no índice geral. Isso se deve sobretudo à queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%).
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, aponta, em comentário, que a projeção da casa para o IPCA fechado de agosto permaneceu estável em 0,62%, enquanto, no ano, ainda está em 7%, apesar de “um potencial de ser revisto para cima por conta principalmente da noticia de novo reajuste de bandeira tarifária”.
“Bens vieram acima do esperado, principalmente por conta de vestuários. Os serviços estiveram marginalmente em linha com o esperado, uma vez que apesar do avanço de despesas pessoais houve o recuo além da expectativa de serviços de habitação”
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos
Já para André Perfeito, economista da Necton Corretora, os números reforçam a perspectiva de que o Banco Central “muito provavelmente” terá que subir a taxa básica de juros (Selic) em 125 pontos-base na reunião de setembro.
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