Bloomberg — O Ibovespa recuava no início do pregão desta quarta-feira (25), apagando parte dos fortes ganhos da véspera, com investidores de olho no exterior morno às vésperas do simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos. Já a curva de juros subia, influenciada pela alta acima do esperado do IPCA-15, a prévia do principal índice de inflação do Brasil. A variação de 0,89% em agosto foi a maior para o mês desde 2002.
- Perto das 10h35, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,75%, a 119.314 pontos, após ontem fechar em alta de 2,23%, acima dos 120 mil pontos
- O contrato de juros para janeiro de 2023 avançava vinte pontos-base, para 8,550%; o de janeiro de 2025 subia dez pontos-base, para 9,680%
- O dólar futuro acompanhava o desempenho de pares no exterior e subia, com alta de 0,26%, a R$ 5,2626
O simpósio de Jackson Hole, que tem início nesta quinta (26), deve trazer novas perspectivas do Federal Reserve, o banco central americano, sobre a retomada da economia mundial e, consequentemente, a manutenção dos estímulos monetários que impulsionaram, no último ano, a compra por ativos considerados de maior risco.
Lucas Carvalho, analista de investimentos da Toro, destaca que o mercado deve prestar atenção principalmente no pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta, em que ele pode dar algum indício sobre a trajetória da inflação, mercado de trabalho e o tapering - a redução da compra de ativos.
“Mercado se pergunta: quando se iniciará a redução da compra de ativos nos EUA? A previsão é para o final deste ano, mas vamos aguardar se Powell dá algum indício nesse sentido.”
Lucas Carvalho, analista de investimentos da Toro
Destaques da bolsa: As ações da Vale (VALE3) recuavam, devolvendo os fortes ganhos da véspera, com investidores de olho na demanda por minério de ferro no mundo. Hoje, o Japão colocou cerca de 70% da população em estado de emergência pelo avanço da variante delta no país.
- BR Distribuidora (BRDT3) liderava a ponta de altas, enquanto o setor financeiro pesava no lado negativo, com B3 (B3SA3), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuando.
IPCA-15 acima do previsto
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou uma alta mensal de 0,89% em agosto para o IPCA-15, a maior para o mês desde 2002, puxada pelos preços da energia elétrica. O avanço ficou levemente acima das expectativas compiladas pela Bloomberg, de 0,83% no mês.
- O indicador acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% nos últimos 12 meses.
Para André Perfeito, economista da Necton Corretora, os números reforçam a perspectiva de que o Banco Central “muito provavelmente” terá que subir a taxa básica de juros (Selic) em 125 pontos-base na reunião de setembro.
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