Guedes alerta: teto de gastos está em risco

O envio de uma proposta ao Congresso para excluir os precatórios do teto ainda seria uma alternativa para acomodar as despesas, mas o presidente da Câmara já descartou exceções

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Bloomberg — O Brasil corre o risco de romper o teto de gastos no próximo ano, enquanto o governo luta com um aumento de 60% nos pagamentos de precatórios e uma inflação acelerada, de acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os pagamentos de despesas judiciais chegarão a R$ 89 bilhões em 2022, esgotando o orçamento do governo, segundo o Ministério da Economia.

Veja mais: O que são precatórios?

Guedes alertou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (25) que o governo pode não conseguir pagar os salários dos servidores públicos ou impulsionar programas sociais, como pretendia o presidente Jair Bolsonaro antes de sua campanha de reeleição. A situação se agrava ainda mais considerando que a inflação, que reajusta os benefícios da previdência, está acima de 9% ao ano.

Guedes encaminhou ao Congresso uma proposta de emenda à constituição (PEC) que permite ao governo fazer o pagamento dos precatórios de forma parcelada em até 10 vezes. O projeto foi recebido com forte oposição no Congresso, no entanto.

Outra alternativa em discussão no ministério da economia seria enviar uma proposta para excluir esses pagamentos da regra do teto de gastos, argumentando que são imprevisíveis por natureza. O presidente da Câmara, Arthur Lira, garantiu que o Congresso não permitirá que o limite seja violado, mas as chances de isso acontecer aumentam à medida que o tempo passa.

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