Cana-de-açúcar ainda adoça os resultados dos ex-donos do açúcar União

Discreto, grupo Agroterenas registra faturamento de quase R$ 800 milhões e lucro líquido de R$ 185 milhões no ano fiscal 2020, encerrado em março de 2021

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São Paulo — Discrição sempre foi uma marca da família Rezende Barbosa, controladora do grupo Agroterenas. Ex-proprietários da Usina Nova América, dona da icônica marca de açúcar União, ambos vendidos à Cosan em 2009. Hoje o grupo se dedica a produzir cana-de-açúcar, que ainda abastece usinas da Raízen, em São Paulo e da Atvos, em Mato Grosso do Sul, além de grãos, laranja e suco de laranja concentrado em uma indústria do interior paulista. A marca União foi comprada pela Camil Alimentos da Cosan em 2012 por R$ 345 millhões.

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A Agroterenas fechou o ano fiscal de 2020, encerrado em março de 2021, com uma receita de R$ 799,04 milhões. O resultado representa um crescimento de 13,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o faturamento do grupo foi de R$ 703,5 milhões. Na última linha do balanço, os resultados foram ainda mais expressivos. O grupo encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 185,9 milhões, mais do que duas vezes maior que os R$ 85,1 milhões obtidos no ano anterior.

Apesar de não estar mais no negócio de processamento de cana-de-açúcar, a empresa segue produzindo e abastecendo seus parceiros. A unidade de negócio de cana representa pouco mais de 75% da receita total do grupo e mostra que é no setor sucroalcooleiro que a família ainda tem seu porto seguro.

Os 90 mil hectares plantados com cana-de-açúcar, distribuídos em duas fazendas em Paraguaçu Paulista (SP) e uma em Rio Brilhante (MS), produziram na safra passada 5,6 milhões de toneladas, que foram comercializadas com unidades da Raízen, em São Paulo, e da Atvos, em Mato Grosso do Sul e renderam R$ 603,12 milhões em receita, 12,4% a mais do que no ano anterior. E foi do seu negócio de cana que veio a maior parte do lucro do ano. O resultado líquido da unidade de negócios foi de R$ 162 milhões, 95,3% a mais do que no ano anterior.

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O município de Santa Cruz do Rio Pardo, também no interior paulista, concentra os negócios de citrus da Agroterenas. A empresa possui 3,7 milhões de pés de laranja, distribuídos em 7,5 mil hectares nas cidades de São Pedro do Turvo, Espírito Santo do Turvo e Santa Cruz do Rio Pardo. É nesta última que está instalada a indústria de processamento de laranja, que produz o suco congelado e concentrado. São 12 mil toneladas de suco por ano, produzidas com matéria-prima 100% própria.

A receita com a venda da laranja caiu 21% no ano passado para R$ 140,16 milhões. Contudo, o lucro do negócio subiu 24% para R$ 21,7 milhões. No caso da operação industrial, as vendas cresceram 53% e fecharam o último ciclo em R$ 86,1 milhões. Contudo, a Agroterenas voltou a ter prejuízo com o processamento de laranja, fechando no vermelho em R$ 5,8 milhões. Apesar das perdas, o resultado representa uma melhora em relação ao ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 11,8 milhões.

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