Bloomberg Línea — O Ibovespa avançava com força na tarde desta terça-feira (24), com a calmaria no exterior e a melhora do clima político no país, apagando a queda do início da semana e devolvendo os 120 mil pontos ao principal índice da bolsa brasileira.
- Perto das 14h50, o Ibovespa avançava 2,18%, a 120.035,56 pontos; se fechasse agora, seria a maior alta intradiária desde 23 de fevereiro
- O dólar futuro também surfava no otimismo e caía 2,22%, a maior queda desde 31 de março, na mínima das últimas duas semanas, a R$ 5,2624
- A curva de juros acompanhava, caindo em bloco e levando o contrato para janeiro de 2023 a uma queda de 8 pontos-base
Na bolsa, a Vale (VALE3) liderava o pregão, com alta de 4,05%, apagando as perdas de ontem e parte das da última semana com o avanço do minério de ferro na China. A commodity subiu 4,83% nesta madrugada no porto de Dalian, segundo dados da Bloomberg.
Magazine Luiza (MGLU3), Itaú (ITUB4) e B3 (B3SA3) completavam o topo das máximas do Ibovespa, enquanto JBS (JBSS3), RD (RADL3) e WEG (WEGE3) lideravam a ponta de queda.
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Contexto
Segundo Rafael Ribeiro, analista da Claro Corretora, em comentário à Bloomberg Línea, a chegada do Ibovespa aos 116 mil pontos na última semana abriu boas oportunidades de compra, principalmente para o estrangeiro que entra na bolsa brasileira em dólar.
“Diversos papéis estão com múltiplos interessantes, bem descontados e até em níveis iguais aos do período mais crítico da pandemia, no ano passado, como é o caso das construtoras”
Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ajudou a melhorar o cenário fiscal declarando que o Congresso deve buscar alternativas para garantir que o pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios em 2022 fique dentro do Teto de Gastos - um dos assuntos que vinha acrescentando incertezas ao mercado nos últimos dias.
Parte do alívio também foi político, após reportagem da Bloomberg, citando pessoas próximas ao gabinete presidencial, apontar que o presidente Jair Bolsonaro não teria intenção de interferir no comando do Banco Central, apesar de se mostrar preocupado com o avanço da inflação no país.
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