São Paulo — A ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, comentou hoje (24) sobre o estado das reformas do Governo, no momento em que o mercado acompanha as tramitações de perto - e de forma sensível. Em evento online da XP, a chefe da pasta, que assumiu em março deste ano, negou que haja crise entre os poderes, apesar de afirmar que faz parte da equipe que tenta “pacificar o diálogo”.
“A democracia é feita de diferenças, mas fundamentalmente de respeito entre os poderes”, afirmou. “Muitas vezes, a polarização no Brasil é mais tensionada do que deveria, mas agora temos o caminho do diálogo e da construção, e é o que estamos fazendo no momento.”
Questionada sobre o andamento das reformas prometidas pela gestão Jair Bolsonaro, a líder de um dos cargos mais estratégicos defendeu que “é importante frisar que o governo não está parado”.
“As angústias estão mais focadas na PEC dos Precatórios, na Reforma do Imposto de Renda e do Auxílio Brasil”, disse, e complementou que o relator responsável pela Reforma Administrativa, deputado Arthur Maia (DEM-BA), deve adiantar a entrega do texto. Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse, também em evento online, que a matéria deve ser votada na Casa entre o fim de agosto e início de setembro.
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Quanto à PEC dos Precatórios, ministra defendeu que o governo “não abre mão da responsabilidade com o teto de gastos”, e que irá cumprir “com todas as responsabilidades fiscais”. No entanto, ontem (23), o ministro da Economia Paulo Guedes disse que o Congresso pode acabar tirando o pagamento de precatórios do teto.
Já sobre o novo programa que irá revitalizar o Bolsa Família, Arruda disse que será necessário aguardar “para ver qual número específico [do valor do auxílio] e a possibilidade dentro do orçamento”. “Não tem valor porque ainda precisamos fazer essa construção.”
A ministra da Secretaria de Governo também comentou as expectativas de privatização dos Correios, afirmando que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu que a pauta está “entre os próximos temas que virão” ao plenário.
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