Crédito dá proteção em transição monetária nos EUA, diz JPMorgan

Conforme o banco, pesar da expectativa de maior volatilidade nos mercados de crédito, eles representam uma alternativa mais barata em relação a outras formas de hedge

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Bloomberg — Os investidores que desejam se proteger dos riscos decorrentes de possíveis mudanças na conduta do banco central dos EUA devem considerar os mercados de crédito em vez de ações, afirmou o JPMorgan Chase.

Apesar da expectativa de maior volatilidade nos mercados de crédito, estes representam uma alternativa mais barata em relação a outras formas de hedge, explicou o banco. Os spreads nos títulos de alto rendimento e alta qualidade vêm se ampliando nos EUA desde meados de julho.

O ambiente de maior volatilidade pode persistir até o final do mês, à medida que os investidores digerem o impacto global da variante delta da Covid-19 e qualquer possível mudança na retórica do Federal Reserve, escreveram estrategistas liderados por Marko Kolanovic em relatório distribuído na segunda-feira.

“O mercado provavelmente se sustentará ao longo do processo de retirada de estímulos pelo Fed, mas quem deseja se proteger do risco associado deve considerar o uso de crédito ou volatilidade de crédito, em vez de ações, por causa do espaço mais limitado de valorização do crédito e menor volatilidade implícita”, afirma o relatório.

Veja mais: Rockefeller vê Fed prestes a se mover para reduzir estímulos

Os investidores estão atentos a sinais do Fed sobre o cronograma de redução dos estímulos. A conferência anual da instituição em Jackson Hole acontece no final da semana e logo haverá a reunião de política monetária de setembro. As autoridades tentam encontrar um equilíbrio entre o custo econômico da Covid-19 e a alta da inflação.

Paralelamente, fatores imprevisíveis como a Covid deixam investidores nervosos. Muitas operações de hedge estão relativamente caras mesmo com as bolsas dos EUA próximas dos recordes. O quadro levou estrategistas a olhar além de métricas típicas como o índice VIX, que mostra que os contratos de três meses apostando em valorização estão no nível mais caro desde o início de 2018 na comparação com os contratos que preveem queda.

Por isso os especialistas se voltam para os mercados de crédito.

“Estamos otimistas quanto aos spreads, mas antecipamos instabilidade no curto prazo devido aos riscos da delta e ao encontro em Jackson Hole”, escreveram os funcionários do JPMorgan.

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